O Brasil integra o grupo dos 22 países que são responsáveis por 80% da carga de tuberculose no mundo, ocupando a 18ª posição em número de casos novos da doença. No Piauí, o número total de casos de tuberculose em 2008 foi de 1.309 casos, com cura de 651, abandono de 46 e óbito de 86. Já em 2009, foram notificados 1.200 casos, cura de 222, óbito de 47 e abandono de 14. Pode-se observar a maior concentração dos casos na faixa etária entre 20 e 49 anos, fase economicamente ativa do individuo.
No Piauí, a taxa de cura dos casos novos de tuberculose bacilífera, no período entre 2002 e 2008, apresentou oscilações, com percentuais entre 70 a 80%, mantendo-se acima da média nacional e atendendo as pactuações realizadas em cada ano correspondente. Tal descoberta pode ser atribuída à intensificação de ações de acompanhamento/monitoramento dos casos de tuberculose, principalmente através da estratégia Tratamento Diretamente Observado (DOT), que objetiva a redução de abandono do tratamento e consequentemente proporciona a cura dos pacientes.
A grande novidade implantada no Brasil pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose é a adoção do novo sistema de tratamento, que consiste na introdução do Etambutol como o quarto medicamento a ser utilizado no esquema básico do tratamento, na apresentação em comprimido com dose fixa combinada (4 em 1), sendo que os fármacos possuirão doses reduzidas em relação às atualmente utilizadas no Brasil.
O esquema básico com quatro fármacos já é mundialmente utilizado, com excelentes resultados quanto à efetividade, em particular, pela maior adesão ao tratamento. Espera-se então, aumentar o sucesso terapêutico, evitar o aumento da multirresistencia, reduzir o número de comprimidos, propiciar maior conforto impossibilitar a tomada isolada dos medicamentos, simplificar a gestão farmacêutica em todos os níveis.
No Piauí, o processo de implementação do novo sistema de tratamento bem como a disponibilização das novas apresentações seguira um cronograma e uma metodologia de trabalho estabelecida em parceria com PCNT do Ministério da Saúde. A Secretaria de Estado da Saúde através da Coordenação de Doenças Transmissíveis / Supervisão de Tuberculose, já realizou em dezembro de 2009 uma oficina para formação de profissionais multiplicadores das informações sobre novo tratamento, no entanto, esta equipe já se encontra trabalhando e capacitando as equipe da saúde da família dos 224 municípios do Estado para a implementação e distribuição dos medicamentos. “Esperamos até final de junho termos concluído a fase de capacitação da atenção básica, para que o Estado possa dar inicio ao uso da nova medicação”, destacou a coordenadora de doenças transmissíveis, Karinna Amorim.
Os principais desafios do Programa Estadual são: Expansão do tratamento supervisionado, descentralização para a atenção básica, aumentar a cura de 70% para mais de 85%, reduzir a taxa de abandono, controlar a co-infecção TB/HIV, manutenção da política de parcerias com instituições governamentais e manutenção da priorização política da tuberculose.