Um fato histórico marca, este ano, o ensino da Dança no Piauí com a implantação do I Curso Técnico de Dança pela Secretaria Estadual da Educação e Cultura (Seduc) em parceria com a ONG Balé de Teresina.
O projeto tem aprovação do Conselho Estadual de Educação e coordenação da coreógrafa e mestra em dança, Luzia Amélia. As aulas foram iniciadas nesta segunda-feira, dia 17.
Em razão da grande demanda durante as matrículas, o secretário da Educação, Átila Lira, diz que está sendo analisado e estruturado um novo local para funcionamento do curso. Neste primeiro momento, o curso será na modalidade subsequente.
Para Luzia Amélia, o curso é inédito no Piauí e, durante um ano e meio, os alunos terão aprendizado e formação específica. Esse curso tem caráter de pesquisa, onde a dança será abordada como campo de investigação. A meta é trabalhar a dança numa perspectiva relacionada ao contexto social, em que o estudante não aprenda só movimentos, mas tenha uma linha de investigação e reflexão.
“Uma de nossas grandes necessidades é na área de pesquisa, com a história entremeada no contexto social”, diz a professora Andréa Barreto.
Nessa primeira etapa, são duas turmas que funcionarão nos horários de 8h às 11h, pela manhã; e à noite, de 18h30 às 21h30.
“O aluno terá direito à carteira estudantil”, afirma Andrea, enfatizando que nesse primeiro momento estarão ministrando aulas as professoras Drica Monteiro, Carol Marques, Ana Paula, além de professores de Educação Física e Música.
Átila Lira afirma que projetos oriundos da comunidade e que valorizem a cultura e a profissionalização são louváveis.
“Essa é uma iniciativa da comunidade, foi elaborada, com critérios, por professores e técnicos. Trabalhar com a comunidade faz parte da política educacional do Estado”, garante o secretário, afirmando que a Seduc tem como meta propiciar e incentivar a diversidade cultural, tanto faz ser a dança, música, teatro e outros segmentos.
“A Seduc e o Conselho Estadual de Educação deram formatação ao projeto deste curso pós-médio, que visa profissionalizar alunos. É um curso com grande capacidade de empregabilidade”, comenta o secretário, reafirmando ainda o compromisso de ampliar o trabalho de cooperação com a comunidade.
Luzia Amélia garante que o projeto do I Curso Técnico em Dança foi elaborado com muito carinho. Trata-se de uma escola que pode abrir espaço para outras iniciativas.
“Durante o curso, não vamos simplesmente ensinar a dançar por dançar. Formaremos profissionais para dirigir, coreografar, fazer cenários, professores de dança”, diz, enfatizando que os alunos terão, entre outras disciplinas, aulas de Danças Brasileiras, Noções de Anatomia, Danças Modernas e Contemporâneas. Há ainda aulas de laboratório cênico e outros conteúdos.
Expectativas com curso técnico
Entre os alunos matriculados está o estudante de Educação Física da Universidade Federal do Piauí, Francisco Elismar. Ele já tem experiência com dança afro, no grupo Afro-Afoxá e sua expectativa é a melhor possível.
“Estou fazendo o caminho inverso, saindo do afro para o clássico. Sua meta é sair capacitado técnica e teoricamente.
Kássia de Sousa Monção, também formada em Educação Física, diz que a dança sempre foi uma de suas paixões na vida. “Fiz parte do Corpo de Dança da Universidade Estadual do Piauí e acredito que o conhecimento adquirido neste curso será importante para minha carreira”, comenta.
Técnico em Administração, Antonio Carlos foi motivado a procurar o curso tanto para adquirir conhecimento e formação profissional, como também para aplicar esse aprendizado com o grupo de coreografia da paróquia que frequenta.
Com a expectativa de melhorar seu desempenho, além de adquirir conhecimento técnico, Fabiana Muniz pretende aplicar o que aprender no grupo de coreografia da Igreja Evangélica que congrega.
Estudante de Arquitetura, antes de participar do grupo de coreografia da igreja não tinha vocação para dança, mas aprendeu que a dança é um importante aliado no processo de evangelismo.
CCOM
