Caso Fernanda Lages: Que tal um Stargate?

No Portal AZ, do destemido e corajoso jornalista Arimatéia Azevedo, noticiou-se que os promotores Eliardo Cabral e Ubiracy Rocha estão convictos de que o Caso Fernanda Lages não se trata de “acidente” ou “suicídio”, como admitiu a Polícia Federal, ou simplesmente “morte violenta” como concluiu a CICO – Comissão de Combate ao Crime Organizado no Piauí, já extinta.

Hoje, no estágio atual do processo, surge uma novidade que não está ditada nas leis escritas pelos homens, mas no sobrenatural. Um (a) espírita teria “incorporado” mensagem do além com relatos impressionantes sobre a morte da estudante de Direito. Fernanda Lages incorporou e começou a relatar o que aconteceu. Por que, então, não tentar, continuar tentando? Espiritismo não é crime, nem tampouco charlatanismo,… Ao contrário, é apenas uma doutrina que observa e estuda os fenômenos atribuídos a manifestações de inteligências incorpóreas ou imateriais. Não paremos, pois!

Em 2009, através de um programa ultrassecreto, o governo dos Estados Unidos formou um “exército de paranormais”, que tinha por objetivo usar o sobrenatural como arma de guerra, que ficou conhecido como o “Projeto Stargate”. A idéia era montar um “batalhão mediúnico”, com gente com talento em clarividência para espionar, enxergar através das paredes.

Em 1995, extinguiu-se o “Stargate”. O então presidente americano Bill Clinton o considerou muito caro. Porém, como acentuou certa vez com muita proficiência Gisela Blanco, “não foi a primeira nem a última vez em que os paranormais foram levados a sério por instituições sérias. Seus serviços continuam requisitados, e em áreas até mais inusitadas que a espionagem militar”.

Que a paranormalidade – no Caso Fernanda Lages – consiga esclarecer, evidenciar, clarificar, por exemplo, o que houve naquele território sinistro do edifício em construção da João XXIII. Foi queda… Se não foi queda… Foi ou não foi empurrada para o precipício… Jogada das alturas depois de assassinada… Caiu ou não caiu viva… Com quem estava quando adentrou ao prédio… Ela conhecia o vigia da obra… Já tinha andado ali outras vezes… etc.

Questões, portanto, que não ficaram clareadas na investigação das duas polícias no Piauí (civil e federal). Acidente e suicídio são teses que não se comungam no âmbito do Direito Penal. Morte violenta é o gênero, o óbvio, o elementar,… O que se buscou – como se busca – é que a investigação mostre a causa dessa morte violenta (não há suicídio sem causa; nem tampouco homicídio; muito menos acidente). Nada disso ficou esclarecido pontual e conclusivamente. Até hoje! Quem se decide suicidar-se, na vertente criminológica, dispõe-se (ou predispõe-se) a cometer um crime contra si próprio. Quem se acidenta age por imprudência, negligência ou imperícia. Porém, todas as teses com suas causas definidas, delineadas. No Caso Fernanda Lages, elas são antagônicas. O policial que entendeu “ajuntar” as duas é um “mágico”! O espiritismo, portanto, pode, sim, desvendar tudo isso. Desde que sério! Pode até não servir como prova ou contraprova penal – dependendo da forma judicial e/ou jurídica de como será tratada, conduzida a questão, acolhida pelo Judiciário. Ou pelo menos clarificará ao universo social e moral a morte da jovem.

A polícia da Flórida e o FBI estão entre os que mais costumam consultar a detetive paranormal Noreen Renier, na tentativa de encontrar assassinos foragidos, crianças seqüestradas, avião desaparecido,… etc. Joseph McMoneagle, sensitivo, vivendo hoje em sítio nas montanhas da Virgínia, ficou conhecido por ter descoberto a construção camuflada de um submarino pelos russos. Mostraram-lhe a foto de um galpão e ele disse que ali estavam construindo um submarino. Os oficiais não acreditaram. Mas, Joseph disse que em quatro meses sairia um submarino de lá e acertou na mosca.

Por Miguel Pinheiro