Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (21) a família de Fernanda Lages Veras, encontrada morta no dia 25 de agosto do ano passado, mostrou sua insatisfação com o relatório apresentado ontem (20) pela Polícia Federal sobre a investigação da morte da jovem, onde foi descartada a hipótese de homicídio. Para os policiais federais que apuraram o caso, Fernanda cometeu suicídio ou caiu acidentalmente do 6º andar da obra de construção do prédio do Ministério Público Federal.
Para Cassandra Lages, tia de Fernanda, o vigia Domingos Pereira é um ponto chave na investigação. No entender da familiar da vítima, “Seu Domingos” não contou a verdade em seus depoimentos às policiais Civil e Federal.
“Seu Domingos mente e mente muito. Ele não estava lá [na obra] para enfeitar. Ali é uma obra federal, se ele viu uma pessoa entrando, mesmo que ele alegue que estava com medo, que não tinha nem arma e nem celular para ligar pra policia, porque ele não gritou? Porque ele não tentou intervir? O problema todo está no que acontece à noite naquele local? Quem não garante que lá dentro não havia outra pessoa?”, indaga Cassandra Lages.
Para Paulo Lages, pai de Fernanda, também mostra-se insatisfeito com a versão do vigia e cobra maior apuração em relação ao que acontecia na obra em que sua filha foi encontrada morta.
“Quer dizer que o vigia não viu nada, não fez nada? Tenho plena convicção de que havia relação entre a Fernanda e aquela obra. Se eles [Policia Federal] disseram que ela esteve lá três vezes, então o que ela foi fazer lá? Vamos buscar os caminhos para fazer com que esse vigia fale a verdade”, disse Paulo Lages.
O pai de Fernanda também comentou sobre o fato da Polícia Federal ter descartado nomes de diversos suspeito durante o curso de suas investigações. Para ele, ninguém pode ser descartado enquanto o caso não estiver esclarecido.
“Não pode descartar nenhum suspeito enquanto não apontarem quem era a terceira pessoa que esteve lá junto com a Fernanda e a Nayra. Quem era essa pessoa? Essa pessoa é parente de algum político? Ela é apadrinhada de alguém? Pela proteção que a Nayra está dando a essa pessoa ela deve ser alguém muito influente”, conclui Paulo Lages.
O advogado da família de Fernanda, Lucas Villa afirma que já entrou com um requerimento junto à Polícia Federal para ter acesso aos autos do processo. Segundo ele, a intenção é buscar juntos aos promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha diligências que possam levar à descoberta do assassino da estudante.
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