O advogado da família de Paulo Patrick Silva de Castro, 14 anos, confirmou que continuará acompanhando as investigações do caso. Segundo Walber Coelho, os parentes desejam saber como o acidente de trânsito realmente aconteceu e que a Justiça seja feita. Atropelado por um táxi durante protestos nas Ruas de Teresina (PI) no dia 26 de junho, o estudante e atleta de handebol morreu no último sábado (6). Seu sepultamento aconteceu na tarde desta segunda-feira (8), na capital piauiense.
Walber Coelho explica que as investigações continuam e, com o falecimento de Paulo Patrick, o caso muda, não sendo mais configurado como acidente de lesão grave. O advogado irá requisitar laudos da Polícia Rodoviária Federal (o acidente ocorreu na avenida João XXIII, extensão da BR-343) e buscará testemunhas que possam contribuir com o inquérito, a ser encaminhado posteriormente para o Ministério Público.
Um dos pontos questionados pelo advogado é a velocidade do táxi. Walber Coelho informa que Paulo Patrick teve fratura exposta da tíbia e ainda teria de usar uma prótese na cabeça se tivesse sobrevivido.
“Isso demonstra a gravidade do impacto”, declarou.
Segundo o advogado, a família deseja encontrar um denominador comum, que se descubra realmente o que aconteceu e que Justiça seja feita.
Sem imprensa e sem protesto
No sepultamento, parentes de Paulo Patrick pediram que jornalistas não acompanhassem a cerimônia no cemitério Jardim da Ressurreição, zona Sudeste de Teresina. À distância, foi apenas possível ouvir as orações e aplausos nos discursos feitos por amigos e parentes.
Arthur Cauê, irmão de Paulo Patrick, conversou com jornalistas e aproveitou para afirmar que a família não se engajou em nenhuma manifestação recente e nem pretende fazer qualquer ato após a morte do estudante. Nas redes sociais, jovens se articulam para realizar um protesto em homenagem ao atleta de handebol.
O irmão também agradeceu aos amigos de Paulo Patrick que foram ao velório e sepultamento.
“Isso não vai diminuir a dor, porque ela nunca vai acabar. Mas nos deixa felizes em saber que ele era muito amado por todos”.
Saudade
Parentes, colegas de escola e do Caic Balduíno Barbosa de Deus, com o qual Paulo Patrick conquistou a medalha de prata no Campeonato Brasileiro Cadete de Handebol há um mês, prestaram as últimas homenagens ao jogador, sob clima de forte emoção.
João Pedro, 14 anos, é um dos colega do time de handebol. Ele lembrou a alegria e o jeito brincalhão que irão fazer falta nos treinos.
“Achávamos no começo que não era algo muito grave e logo ele iria melhorar. Estamos todos muito tristes”.
Já Ana Vitória Brito, 14, era amiga de Paulo Patrick no colégio Sinopse, onde ele estudava. Apesar da sensação ruim pela perda, a estudante já imaginava que ele participaria dos protestos.
“Realmente era uma pessoa que gostava de se envolver em assuntos que envolviam o direito de todos, e a sua presença na manifestação não era surpresa”.
Por Geísa Chaves