Garibaldi Alves faz desabafo no Piauí e garante apoio ao Estado

Ao receber o título de cidadão piauiense, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, fez na noite desta quinta-feira, um desabafo na tribuna da Assembleia Legislativa sobre as injustiças do setor por ele administra. O ministro contou ainda do “não” que recebeu do ex-senador Mão Santa (PSC) e garantiu que o Piauí terá uma das maiores redes de atendimento a pensionistas no País. A honraria foi entregue na noite desta quinta-feira (14).

Em seu discurso, o potiguar de 66 anos lembrou da Batalha do Jenipapo, episódio importante para a Independência do Brasil e que completou 190 anos na última quarta-feira (13).

Garibaldi Alves Filho também citou filhos ilustres do Piauí, como o jurista Evandro Lins e Silva, o economista João Paulo dos Reis Veloso, o ex-senador Petrônio Portela, os poetas Torquato Neto e Mário Faustino, o escritor Assis Brasil e o ex-senador Alberto Silva. Relatou ainda que uma das grandes emoções de sua carreira como repórter foi visitar a residência do jornalista teresinense Carlos Castelo Branco em Brasília (DF).

Com 42 anos de vida pública, Garibaldi Alves Filho admitiu que a atividade política não é algo fácil. Ex-prefeito de Natal (RN), o senador licenciado lembrou que geriu a capital potiguar na época em que Wall Ferraz era prefeito de Teresina.

Mão Santa ausente

O homenageado da noite afirmou que não poderia deixar de lembrar do ex-senador Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa (PSC). Contou ter telefonado para o político parnaibano convidando-o para a solenidade. “Ele disse: – Não posso ir. Eu perguntei: – Por que, Mão Santa? Ele respondeu que estava dedicado a atividade na Santa Casa de Misericórdia”, explicou Garibaldi, sobre a ausência do médico que atua em Parnaíba (PI).

Previdência

O ministro relatou que o Piauí conta hoje com mais de 20 agências do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Além de inaugurar outras duas em Batalha e Esperantina nesta sexta-feira, Garibaldi Alves já assegurou que outras cinco estão prontas para serem abertas em Altos, Canto do Buriti, Cocal, Luís Correia e Piracuruca.

Segundo Garibaldi Alves Filho, a Previdência já investiu mais de R$ 11 milhões em agências no Piauí.

“Hoje o INSS é a maior transferência de renda da população. Mais do que o próprio Fundo de Participação do Município”, comentou.

Desafios no Brasil

A Previdência Social paga atualmente 30 milhões de benefícios. A novidade agora será a inclusão da aposentadoria das donas de casa, que deve abranger 378 mil pessoas.

Até 2030, o Brasil deverá ter 60 milhões de pessoas acima de 60 anos, o que será o maior desafio da Previdência e da sociedade, na visão do ministro. Hoje, o déficit da Previdência Social já chega a R$ 42 bilhões.

Garibaldi Alves lembrou que o Congresso Nacional aprovou o novo teto da aposentadoria, no valor de R$ 4.159, válido desde 4 de fevereiro. Quem ganha acima desse valor, terá que contribuir com previdência complementar.

Incomodado

Durante o longo discurso, o ministro lembrou que o momento era de festa, mas disse que precisava falar de situações que o incomodam. Entre elas estão distorções da Previdência Social, motivo de projeto a ser enviado para a presidente Dilma Rousseff (PT).

Uma das distorções apontadas pelo ministro envolve casos de segurados que contribuem apenas uma vez e, em caso de morte, têm o mesmo direito que outro que contribuiu durante toda a vida, deixando pensão para a família. A proposta é estipular um período de carência para o pensionista.

“Temos situações de pessoas que na beira da morte se casam com enfermeira, contribuem uma vez e recebem a pensão, tendo o mesmo benefício de milhares que pagam a vida inteira. Não há uma carência nem de um ano, de dois ou de três anos. Por isso ocorrem distorções por não haver carência”, explicou Garibaldi Alves Filho, comparando a luta para se ter um Brasil melhor com a Batalha do Jenipapo.

Por Yala Sena