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Centenário do Massacre dos Ciganos é comemorado em Esperantina com visitação ao jazigo do Ciganinho Milagroso

CemiterioNo dia em que se comemora exatamente 100 anos do famoso Massacre dos Ciganos, ocorrido no municipio de Esperantina, várias atividades estão sendo realizadas no local onde foi encontrado morto o Ciganinho Milagroso.

Vale ressaltar que desde as primeiras horas da manhã de hoje (11/11) que várias autoridades municipais, dentre elas, o atual  Prefeito de Esperantina, Lourival Bezerra Freitas e inúmeros outros populares, estiveram no Cemitério Pequizeiro de Areia, situado na Zona Rural do municipio, participando das inúmeras atividades em comemoração ao centenário do Massacre dos Ciganos, ocorrido no dia 11 de novembro do ano de 1913.jornalesp 760

jornalesp 751Dentre as inúmeras atividades realizadas, no local, teve a recitação do terço feita pelos devotos e simpatizantes do Ciganinho Milagroso, exames de medir a pressão, arborização e café da manhã comunitário distribuidos aos presentes.

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As 16:00 horas de hoje será realizada no local  a reza do credo e em seguida acontecerá a solenidade de inaguração da nova Capela que foi construida  com recursos oriundos  de doações de devotos e simpatizantes.jornalesp 758

Já as 17:00 horas, será realizada uma missa em ação de graça pelo centenário do Ciganinho Milagroso, celebradas pelos Padres: Jurandir Rodrigues e Padre Hernesto Pereira.

imagesLembrando que o Ciganinho Milagroso já foi visitado por inúmeros artistas famosos, dentre eles, está a apresentadora global, Ana Maria Braga, que no passado esteve no municipio visitando o Cemitério pagando uma promessa pela a cura de um câncer, segundo relatos de populares.

Conheça abaixo, um pouco da história do Centenário do Ciganinho Milagroso

Até pouco mais da metade do século XX era comum encontrar grupos nômades (ciganos) por todo território brasileiro. Próximo ao Peixe (Nossa Senhora dos Remédios) e Marruás (Porto), um grupo de aproximadamente 200 ciganos cometiam alguns delitos. Estes foram denunciados para o governador do estado, Miguel de Paiva Rosa, que imediatamente destacou uma volante policial para expulsá-los do Estado. Na manhã do dia 11 de novembro de 1913 os ciganos dirigiram-se rumo ao povoado Retiro da Boa Esperança. Na localidade Tucuns, foram alcançados pelos policiais e fugiram em disparada, homens a pé, as mulheres e crianças montadas nos animais (burros e cavalos).

No lugar conhecido como Pequizeiro da Areia, um ciganinho de nome Roldão, com mais ou menos sete anos de idade, caiu do animal e ficou para trás. A criança apavorada subiu em uma árvore (jatobá) e ali ficou em profundo silêncio, rogando a Deus para salvar sua vida. Os policiais ao passar pelo local o avistaram e atearam fogo. O corpo caiu no chão jorrando sangue, e em seguida foi degolado. No galho do jatobá ficou enganchado parte de sua roupa. O vaqueiro Manoel Quaresma encontrou o corpo, velou-o na sua casa nos Tucuns e no dia seguinte sepultou no mesmo lugar da brutal tragédia.

No largo da capelinha do povoado os ciganos foram “cercados” pelos policiais, onde houve um intenso tiroteio, tendo como resultado vários nômades mortos.

Nos anos de 1915, 1916 e 1917, o povoado Retiro da Boa Esperança foi acometido por uma trágica epidemia que quase o dizimou. As pessoas doentes apresentavam os seguintes sintomas: mãos e pés de cor amarelada, febre alta, vomito de cor preta e feridas na gengiva. A morte era inevitável.

Os familiares dos enfermos apelavam para tudo: remédio caseiro, respirar o bafo do gado e promessas. O escultor Cristino Melo apelou para São Sebastião erradicar a doença. Populares lembraram do Ciganinho e fizeram promessas para que a epidemia parasse, e desde então, o povo de Esperantina tem enorme devoção aos dois.

Veja outros registros da visitação ao Cemitério do Ciganinho Milagroso, abaixo:

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Colaboração de Bernardo Rocha

 

Um Comentário

  1. Eu deveria ter uns 12 anos de idade quando fui por única vez ao túmulo do Ciganinho para pagar uma promessa feita pela finada Mocinha (Ernestina Alves Pires) e a essa matéria é um espelho da História que ela sempre me contava a despeito dos Ciganos. Pena que as construções de pontos comerciais tomaram de conta do espaço onde era o antigo Cemitério que fora fechado pois, segundo ela, todas as vezes que era cavada uma nova Cova naquele antigo Cemitério, alguém morria na cidade de Esperantina, com as mesmas características da enfermidade que assolou o Retiro da Boa Esperança e dizimou centenas de pessoas.

    Lembro que fui ao local de Jipe com o então professor de Matemática, cujo nome não me recordo, mas que morava de frente para a Quadra de Futebol construída detrás do Grupo Escolar Davi Caldas.

    Lembro que para pagar a promessa levei, a parte do corpo humano, feito em madeira (salvo engano a mãe e braço).

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