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CASO Beth Cuscuz gera novo negócio na prostituição do PI

Tem muita gente ainda sem entender qual é a real acusação no caso da Operação Aspásia, deflagrada pela Polícia Civil na última terça-feira, dia 14, que resultou na prisão dos empresários donos dos maiores e mais conhecidos prostíbulos de luxo do Piauí, como Beth Cuscuz, Copacabana Show e Rancho.

Os presos, cerca de dez (o número de presos é incerto porque apenas alguns nomes foram divulgados e duas pessoas ainda estão foragidas) foram acusados de formação de quadrilha, exploração de prostituição (ganhar dinheiro através da comercialização do corpo de outra pessoa), tráfico de pessoas para fins de exploração sexual (mulheres que vinham de outros estados) e rufianismo (crime de tirar proveito da prostituição alheia, participando de seus lucros).

Além destes crimes, a Operação Aspásia (leva este nome em referência à amante de Péricles, na Grécia Antiga) descobriu como funcionava o que a Polícia denominou de ‘Esquema Beth Cuscuz’, onde as garotas de programa eram agenciadas por pessoas ligadas à empresários do ramo de prostituição, exibiam seus corpos cobrando valores entre R$ 150 a R$ 500 (depende da beleza e do ‘serviço’ oferecido) em sites especializados (que foram tirados do ar) e passavam por humilhações onde eram obrigadas até a extorquir clientes, fazendo-os consumir muito nas casas de shows.

Mas a operação não teve um fim e as investigações seguem. Tanto que, esperados para serem soltos neste final de semana, os envolvidos continuam presos. Após cumprirem mandado de prisão temporária de cinco dias, a Poícia pediu e o juiz da 7ª Vara Criminal de Teresina, Almir Abib Tajra Filho, concedeu a prorrogação das prisões por mais cinco dias. No dia da Operação Aspásia pelo menos 30 garotas de programa foram levadas para depoimento à Polícia. Elas foram encaminhadas para a CICO (Comissão de Investigação e Combate ao Crime Organizado) e para a Delegacia de Entorpecentes. Lá falaram sobre como funcionava o ‘esquema’. Depois foram liberadas, mas não podiam retornar para os alojamentos onde dormiam, dentro da Beth Cuscuz, do Copacabana Show ou do Rancho.

MUITAS DÚVIDAS

Ficaram algumas dúvidas no ar: Qual o real motivo desta operação e porque só agora? E as casas de shows continuam abertas? A Operação Aspásia pode envolver clientes dos prostíbulos e das garotas de programa? Para onde foram as garotas de programa da Beth Cuscuz e dos outros estabelecimentos? Esses e outros questionamentos têm sido respondidos pela Polícia. Segundo o delegado geral da Polícia Civil James Guerra e a delegada do SOE (Serviço de Operações Especiais) Daniela Barros o real motivo da operação foi desbaratar um crime que se arrastava há anos em Teresina, de ruflanismo, mas que só agora a Polícia teve provas suficientes, com direito a várias gravações, para deflagrar a operação.

E AS RESPOSTAS

Sobre as casas de shows, Beth Cuscuz, Copacabana Show e Rancho, não foram fechadas, mas estão interditadas a pedido da Polícia para novas investigações. Sobre possível envolvimento de clientes, a Polícia não confirma, mas investiga se há dedo de pessoas importantes da sociedade no caso. Já sobre para onde foram as garotas de programa, algumas, mesmo sendo de outros estados, continuam em Teresina, morando em hoteis e pensões espalhadas pela cidade. E a partir daí surgiu um novo negócio no ramo da prostituição no Piauí. Um negócio que, aparentemente, não é criminoso, feito dentro do que a lei permite e que inclui várias das chamadas ‘modelos’ da Beth Cuscuz que foram escutadas no decorrer das investigações.

PROSTITUIÇÃO NÃO É CRIME

Prostituição não é crime no Brasil. Não importa se a pessoa é mulher, homem, brasileiro ou estrangeiro. Tanto que as mulheres que foram ouvidas na Operação Aspásia não foram presas. Elas assumem que são prostitutas, mas não fazem isso publicamente por dois motivos principalmente: primeiro por causa do preconceito, depois porque querem conviver dentro da sociedade normalmente, fazem faculdade, frequentam festas de suas famílias etc. Algumas delas têm até um padrão de vida digno de qualquer jovem da classe média-alta. Tem um carro popular, moram com os pais (ou tios, avós etc) e pagam cursos de faculdade do próprio bolso. Desta forma, como vivem desta chamada ‘prostituição de luxo’, essas jovens continuam mantendo uma maneira de seguir na ‘profissão’. Foi aí que surgiu o novo negócio, que não seria criminoso.

NOVO NEGÓCIO: ACOMPANHANTES ‘INDEPENDENTES’

Sem poder ‘morar’ nos estabelecimentos Beth Cuscuz, Copacabana Show e Rancho, essas garotas de programa deram um jeito de se divulgarem e oferecerem seus ‘serviços’. Como?! Elas pagam, através de um contrato, para manter suas fotos em novos sites do ramo de prostituição. Colocam seus telefones pessoais, informam que não atendem ‘ligações privadas’, dizem se atendem só homens, ou mulheres também e até casais. Além disso, informam se aceitam sexo oral, sexo anal e até orgias. Bonitas, com corpos esculturais (típico de frequentadora assídua de academia) e simpáticas (elas atendem telefonemas sorrindo e chamando o possível cliente de ‘meu amor) cobram valores que chegam a R$ 500 e até aceitam no cartão de crédito (bandeiras Visa e Mastercard). Claro que, como qualquer negócio, tem seu preço.

Fonte: 180 Graus

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