O empresário Raimundo Sales Chaves Junior, 39, conhecido como Júnior Bolinha, acusado de ser o intermediário na negociação do assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá, ocorrido no dia 23 de abril de 2012, pagou R$ 150 para ser liberado para ir a uma festa no fim de semana em São Luís, Maranhão.
Júnior estava preso na DRFV (Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos), na capital maranhense. Segundo investigações da polícia, ele pagou a quantia de R$ 150 a um vigilante e a um policial para ser liberado no fim de semana, quando participou de uma festa na casa da família no bairro de Araçagi e ainda ameaçou de morte um empresário.
Ele foi recapturado na noite do sábado (21), após ser perseguido pela polícia dentro de um Corolla de cor champanhe e sem placa, nas proximidades de Araçagi, no momento em que ameaçava o empresário para pagar a dívida de R$ 180 mil, contraída com o aluguel de máquinas pesadas.
“Ao perceber a aproximação do pessoal da Seic [Superintendência Estadual de Investigações Criminais], Júnior Bolinha arrancou o carro em alta velocidade. Diante da atitude, os policiais deram início à perseguição. O veículo andou por várias avenidas de São Luís e, nas proximidades do retorno do Olho d’Água, uma pessoa saltou do carro e se constatou que se tratava do empresário ameaçado”, contou o superintendente Estadual de Investigações Criminais, delegado Augusto Barros.
O policial e o vigilante da DRFV acusados de participarem do esquema para liberar Júnior Bolinha foram presos em flagrante.
Investigações
Segundo a polícia, essa não foi a primeira vez que Júnior Bolinha havia saído da prisão após pagamento de propina.
O empresário que estava sofrendo ameaças comunicou à polícia as intenções de Júnior Bolinha em sair da prisão no fim de semana. Ao saber do esquema, a polícia montou o cerco para fazer o flagrante.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Maranhão informou que o investigador policial que foi preso acusado de facilitar a saída do preso vai ser punido.
“Predemos o policial porque praticou um crime e essa será a resposta para qualquer profissional da nossa instituição que se envolva com práticas delituosas”, afirmou a delegada-geral, Cristina Resende.
De acordo com a SSP, Júnior Bolinha foi preso em flagrante por corrupção ativa, pelo crime de ameaça e por sequestro e cárcere privado. Já o vigilante foi autuado em flagrante por corrupção passiva e por facilitação de fuga. O policial foi preso também por corrupção passiva.
Júnior Bolinha foi levado para uma unidade prisional do sistema penitenciário do Maranhão, desde a tarde do domingo (22). O nome do presídio não foi informado. O policial está detido na Decop (Delegacia Especial da Cidade Operária). O vigilante foi encaminhado para o Centro de Triagem de Pedrinhas.
A polícia investiga se há envolvimento de outras pessoas no esquema. A Polícia Judiciária está averiguando o paradeiro do veículo Corolla usado por Júnior Bolinha.
Com informações do UOL