A relação das polícias Civil e Militar pode ficar estremecida após o episódio em Miguel Alves. É que são muitas as suspeitas de que a PM pode ter omitido informações a respeito do grupo que assaltou o banco naquela cidade, e sobre essa suposta postura, a Polícia Civil já se pronunciou.
“Pelo menos nós da Polícia Civil não formos informados. Se a PM omitiu esse tipo de informação, não é uma relação que a gente espera ter”, disse o delegado geral James Guerra.
O comando da PM já negou em diversas entrevistas que soubesse do assalto e que a ação rápida ocorreu por um trabalho ostensivo que dividiu equipes de batalhões especializados em áreas consideradas de vulnerabilidade.
Contudo, tamanho seria o suposto conhecimento da PM sobre o caso, que policiais já teria até mesmo alugado uma casa na cidade de Miguel Alves e deixado uma pessoa à paisana de campana em frente ao banco, de prontidão para qualquer movimento.
Até agora, nenhuma destas informações foi confirmada, mas a Secretaria de Segurança vai investigar, e se por acaso comprovado, a PM poderá passar pela mesma crise de credibilidade vivida pela Polícia Civil há algum tempo, e que vem aos poucos sendo recuperada.
Agora, ninguém quer acreditar que a PM possa ter levianamente escondido esse tipo de informação e colocado em risco a vida de pessoas, deixando que o assalto acontecesse. A Polícia Militar é uma instituição muito respeitada no Piauí e vem trabalhando diuturnamente para garantir a segurança em nosso estado. Além disso, uma instituição inteira formada por homens, trabalhadores e pais de família – que ganham pouco pelo árduo serviço – não pode pagar pela suposta ação de poucos dentro de um grupamento.
Se algo de errado tiver ocorrido no curso desse episódio que acabou de forma trágica para uma família, é necessário que os verdadeiros responsáveis sejam identificados e severamente punidos. Mas vamos aguardar o curso das investigações.
Por Apoliana Oliveira
