Acusado de mandar matar prefeito é julgado e acusa delegado Bareta de tortura
A cidade Luzilândia, literalmente está comentando o histórico julgamento do médico Antonio Lisboa da Silva que é acusado de ser o mandante do assassinato do ex-prefeito da cidade, Raimundo Nonato Marques. O fato 
ocorreu no dia 08 de agosto de 1997, no posto de combustível rural de propriedade da vítima situado na localidade encruzilhada.
Na cidade pode ser visto com naturalidade cartazes espalhados em placas de outdoor e em alguns muros, com frases em que a família Marques pede justiça.
O julgamento teve início pontualmente às 8 horas da manhã desta sexta-feira, dia 18 de abril, no plenário da Câmara de Vereadores Nazionel Araújo, completamente lotado, com curiosos na área interna e externa do plenário. De um lado ficaram os familiares da vítima, entre eles, o sobrinho da vítima o Deputado Estadual Ismar Aguiar Marques, a viúva da vítima, Valmércia Marques, acompanhada do filho Ramon Marques e outros familiares.
Também em um número bem elevado compareceram os familiares do médico Antonio Lisboa da Silva, que estava acompanhado da sua esposa Margarida Silva, e dos filhos. A reportagem do Portal AZ tentou conversar com o médico momentos antes do início do julgamento, mas o mesmo declarou que concederia entrevista somente após o término do julgamento.
Já o advogado de defesa, Nazareno Thé, disse que vai provar a inocência do seu cliente e que vai usar, se possível, de todos os recursos. Ele afirmou ainda que o povo de Luzilândia sabe quem são os verdadeiros assassinos.
No entanto, o deputado Estadual Ismar Marques falou que toda a familia espera justiça, até porque o seu tio Raimundo Marques, foi assassinado friamente e o mesmo estava apenas a 7 (sete) meses administrando o município, finalizou, dizendo que tudo está nos autos e os advogados do grupo Odonias Leal estão todos preparados e conscientes.
O filho da vítima Ramon Marques, declarou que tem certeza que os jurados vão refletir e fazer justiça, finalizou dizendo que a justiça seja feita e que o culpado apontado não pela família da vítima, mas que foram apontados pelas polícias: civil e federal, seja punido.
O Júri
O julgamento está sendo presidido pelo juiz de direito da comarca de Luzilândia, Carlos Eugênio, que começou o julgamento fazendo a leitura dos 21 convocados para compor o júri, sendo que quatro dos nomes citados não compareceram e foram substituídos pelos suplentes. Em seguida foi realizado o sorteio e permaneceram somente os sete que compõem o conselho de sentença.
Declarações do Acusado
Carlos Eugênio, deu início ao julgamento e em uma de suas perguntas iniciais, perguntou se o réu, o médico Lisboa, havia mandado matar o ex-prefeito Raimundo Marques, Lisboa respondeu que não mandou matar o senhor Raimundo Marques e disse que não era seu inimigo, até porque não tinha nenhum vinculo político com o município de Luzilândia. Dr. Lisboa acrescentou ainda, que as pessoas época do crime foram torturadas pelo Delegado Bareta na tentativa de poder lhe incriminar como sendo o autor intelectual. O médico citou entre as pessoas que sofreram as torturas pelo delegado, o seu sobrinho conhecido como José Garcia, um senhor conhecido como Zé Branco e por fim um senhor chamado de Ezil, todos deram depoimentos a base de torturas. Afirmou ainda que na época a imprensa fez ampla cobertura apoiada pelo Deputado Estadual Ismar Marques.
A segurança do julgamento está sendo coordenada pelo Comandante da 4ª companhia do 2º batalhão da polícia militar de Esperantina, capitão Vicente Albino Filho, que disponibilizou cerca de 50 (cinquenta) policiais da guarda municipal, polícia militar e civil. O comandante informou que desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira está realizando vistorias na área, inclusive com interdição de ruas que dão acesso a câmara.
