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30 mil Professores e servidores da Educação no PI vão às urnas hoje

adik-300x250eAcontece nesta terça-feira(18) até às 21 horas, a eleição do maior sindicato do Piauí, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE-PI).

Ao todo, são 30 mil Professores e servidores da educação habilitados a votar.

São 155 urnas em todo o Estado. Duas candidatas disputam a presidência: a Professora Odeni Silva (ligada ao PSB) e Núbia Lopes (ligada ao PSTU).

As duas chapas se enfrentam pelo voto de 27 mil filiados. O Sinte é o maior sindicato do Piauí. O segundo maior do Nordeste. Representa [ou pelo menos deveria representar] o interesse de mais de 40 mil trabalhadores da educação, em sua grande maioria, professores ativos e inativos.

Só para se ter uma idéia, se o Sinte fosse um município do Piauí, seria o nono maior colégio eleitoral do estado, superando em número de eleitores outros 195 municípios.

No site do sindicato [www.sintepiaui.org.br] não existe até a data e hora da publicação desta matéria nenhum link que trate de prestação de contas. Mas considerando um documento de 2011, é possível afirmar que o sindicato recolhe, todos os meses, aproximadamente R$ 250 mil reais. Em um ano, R$ 3 milhões de reais arrecadados.

PT x PSB
Esta pode ser mais uma disputa entre PT e PSB. A atual presidente do SINTE, Odeni de Jesus já foi filiada ao Partido dos Trabalhadores. Hoje pertence aos quadros do PSB, partido do Governador Wilson Martins e, também, do atual secretario de Educação, o deputado federal Átila Lira.

Muitos filiados ainda questionam os posicionamentos do Sinte, um sindicato de trabalhadores em Educação, sob o comando de alguém que é do mesmo partido do secretário. É uma situação que ultrapassa a linha que separa a coincidência do conflito de interesses. Principalmente quando além disso, a presidente do sindicato também é candidata a deputada estadual em 2014. Nos bastidores se fala, inclusive, em “dobradinha”: Odeni para deputada estadual e Átila para federal.

O comentário não foi dos melhores. Agora se estuda a saída de Odeni do PSB e sua filiação no PTC, em acordo fechado entre o deputado federal Átila Lira e o deputado estadual Evaldo Gomes.

Já a professora Núbia é filiada ao PT. Garante que não vai para a disputa de cargo eletivo em 2014. E quer manter o Sinte longe da campanha partidária do próximo ano. Ela acredita que é hora de retomar a política sindical e buscar ganhos reais para a coletividade, sem projetos pessoais pelo caminho.

CHAPA 01

A Chapa 1 traz como carro chefe de sua campanha é a continuidade do pagamento dos precatórios dos professores. Também alega que vai trabalhar por um novo plano de carreira dos professores e pela melhoria da estrutura do sindicato.

O grupo liderado pela professora está há 20 anos no comando do Sinte. Nesse tempo todo, Odeni de Jesus e o professor Manoel Rodrigues Lima tem se revezado nos cargos de presidente e secretario de finanças. Odeni está em seu terceiro mandato consecutivo. Pelo estatuto da entidade, Odeni não poderia mais concorrer ao cargo de presidente. Mas o estatuto foi reformulado em dezembro de 2012. O mandato passou de 3 para 4 anos e abriu uma brecha para que ela pudesse tentar a reeleição.

CHAPA 02
Historicamente, entre 3 e 5 chapas concorriam pela vitória nas eleições do sindicato. Este ano, todos de oposição se juntaram na chapa 2. Presidida pela professora Núbia Lopes, este grupo tem dentre suas metas, a valorização de funcionários e professores, não apenas no salário, mas também, na estrutura das escolas. Promete uma gestão compartilhada com a base e a garantia de que é da Assembléia Geral a palavra final nas negociações com o Governo.

E mais: a chapa promete buscar de volta a Regência, gratificação que foi “incorporada” ao vencimento dos professores em 2012. E dizem que farão isso nem que seja na Justiça. Núbia afirma que o Sinte deverá continuar filiado à CUT.

CONFLITO
As duas chapas estão em claro conflito. Existe na Chapa 2 o receio de que a votação possa ser fraudada. Como a estrutura de campanha desta é menor que a estrutura da situação, houve o pedido para que a votação fosse eletrônica. O Tribunal Regional Eleitoral tinha plena condição de ceder os equipamentos. Mas a Chapa 1 se recusou a utilizar o recurso.

Um pedido formal foi feito ao Ministério Público do Trabalho para que pudesse intervir na questão. Houve um audiência, mas ainda assim a votação será manual e analógica. Para se ter uma idéia do risco, uma única urna no município de Parnaíba deverá receber até 1.800 votos.

Por: Aquiles Nairó

 

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