O Piauí é exemplo no combate à disseminação e uso de entorpecentes no Brasil. Isto porque, durante a gestão de Wilson Martins a frente do Governo foi criada a Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas (CEDrogas), além da implantação de projetos na área da prevenção, acolhimento e tratamento de dependentes químicos. A criação do Espaço de Acolhimento e Valorização da Vida, gratuito e mantido integralmente pelo estado, foi uma iniciativa pioneira no país. Hoje, o Piauí tem dois espaços em funcionamento, um feminino e um masculino, com capacidade para atender até 50 pessoas.
O pioneirismo também está no acolhimento da mãe com criança de até dois anos de idade no Espaço de Acolhimento Feminino.
Com metodologia diferenciada, o Espaço de Acolhimento trabalha a reinserção do dependente químico na sociedade e na família. O tratamento é voluntário, realizado sem uso de medicamentos e procura ressignificar a experiência de vida do dependente. São seis meses de tratamento em regime de residência, mais dois meses de acompanhamento. O trabalho foca a recuperação e a perspectiva de futuro. Nesse período são promovidos cursos e oficinas de capacitação, qualificando os pacientes para a geração de renda.
“Antes de vir para cá não dava importância para a vida; estava dando trabalho para a família, para a sociedade. Há 12 anos venho sofrendo, e fazendo minha família sofrer, por causa das drogas. Esta é minha sexta internação, já estive internado em outras clínicas, mas agora estou com o desejo real e vontade de sair das drogas. Já morei na rua; fui furado; roubei e fui preso. Mas na casa (de Acolhimento) encontrei a força para sair das drogas. Considero todos como uma família – tenho pai, mãe, irmãos, amigos – muito amor e carinho. Faço terapia ocupacional, esportes e descobri o dom para a arte, para o trabalho com artesanato. Agradeço a Deus e a casa de acolhimento pela oportunidade de mudar de vida”, afirma o paciente R. P. A., 27 anos e há dois meses em tratamento.
O ingresso no espaço de acolhimento é espontâneo, além disso são realizados encaminhamentos pela CEDrogas, Caps AD e Hospital do Mocambinho. Antes do ingresso é realizada triagem, onde os dependentes são preparados para o início do tratamento.
Vagas nas comunidades terapêuticas e mais leitos em hospitais
Além dos espaços de acolhimento, o Governo firmou convênio e passou a financiar 158 vagas em comunidades terapêuticas em todo o estado. O combate a dependência química foi reforçado também com a instalação de leitos para tratamento de usuários de álcool e drogas em hospitais gerais. O Hospital do bairro Mocambinho, por exemplo, tornou-se referência em tratamento para usuários de álcool e outras drogas. A unidade recebe uma demanda média diária de 40 a 50 pacientes que necessitam de internação. No Hospital Getúlio Vargas, 21 novos leitos especializados foram credenciados pelo Ministério da Saúde para o atendimento de pacientes com complicações por causa do álcool e outras drogas. Fora os leitos em hospitais públicos, Teresina também conta com a primeira Casa de Acolhimento Transitório Infanto Juvenil (CATI) do Piauí, uma obra da Prefeitura de Teresina em parceria com o Governo do Estado e o Ministério da Saúde.
O combate ao tráfico de entorpecentes foi reforçado com a atuação em conjunto das Polícias Civil e Militar, por meio de operações e apreensão de drogas. A Polícia Militar passou também a monitorar os locais onde há o maior consumo de drogas em Teresina. O objetivo do trabalho não é prender os usuários, mas encaminhá-los para o sistema público de saúde com atendimento especializado.