Visita de Lula ao Piauí
Em um discurso improvisado e dizendo palavras populares, o presidente Lula assinou nesta segunda-feira (05/05), no Residencial Manoel Evangelista, na região do Grande Dirceu, zona Sudeste de Teresina, ordens de serviços no valor de R$ 1 bilhão, com prefeituras e com o Governo do Estado.
“São obras que vão melhorar a vida de nossa gente”, disse o governador Wellington Dias.
Lula começou dizendo que estava com pena do povo (cerca de 5 mil pessoas) que estavam sob sol quente ouvindo os discursos de ministros e do governador Wellington que antecederam o presidente. “Vocês aí com fome, no sol quente e esses caboclos falando aqui. Ainda bem que vai passando aqui uma nuvem e é o tempo que eu falo”, disse Lula.
E ele continuou: “O Wellington me prometeu um almoço e já são 14h15 minutos e nada. Estou que nem vocês, a lombriga maior comendo a menor de fome”.
Luís Inácio Lula da Silva entregou 280 casas no Residencial Manoel Evangelista, inaugurou o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e o Centro de Reabilitação Danielle Dias, que atenderá portadores de necessidades especiais. Lula assinou também convênios com sete prefeituras para execução de obras estruturantes.
Os policiais militares foram beneficiados pelo programa de formação. “Aqueles que decidirem estudar no programa de qualificação ganharão R$ 400,00 mensais”, informou.
Ao todo R$ 1 milhão será investido no Piauí. “Não tem quem segure esse país”, gritou Lula, ao ser aplaudido.
“Esse Piauí era atrasado demais. Foi preciso um caboclo assumir esse Estado para as coisas andarem. O Wellington Dias começou a mudar essa história. Até 2010 temos R$ 1 bilhão para aplicar no Piauí e fazer as políticas de reparação; para fazer as pessoas produzirem”, disse Lula.
Para o presidente, administrar o Brasil não tem segredo: “É a mesma coisa de administrar uma casa. Se o homem ganha R$ 1 mil por mês e a mulher gasta R$ 1 mil, ele está acabado. A mesma coisa é o país, e isso foi a Dona Marisa que me ensinou. Eu fui a Alagoas e lá fiquei sabendo que o Banco do Brasil estava tomando terra dos pequenos, eu disse que não tem que tomar, e se tivesse que tomar, que seria dos grandes”.
Para as obras que serão realizadas no Piauí, Lula disse que os prefeitos e a própria comunidade exija que sejam empregados os piauienses nas obras.
Antes de descer do palanque, o presidente disse que “estou cansado de ver o nordestino como pedreiro; eu quero ver o nordestino é como engenheiro, como doutor. Vir ao Piauí é como ir a um dos quartos de minha casa. Já andei aqui 28 vezes; vim de ônibus, de carro e agora de avião. Estão dizendo por aí que o Bolsa Família é uma esmola. Pode ser uma esmola para quem pode dar gorjeta de R$ 100,00, mas para as famílias pobres que precisam não é. E assas casas que estou entregando são pequenas sim, mas eu me lembro de quando eu comprei minha primeira casa foi no ano de 1973. Era apertadinha e quando minha mulher comprou uma geladeira nova eu tinha que tirar o fogão para poder entrar a geladeira. Mas é aí que se começa a realizar o sonho. O trabalhador logo junta um dinheirinho e faz outro quarto, depois cresce mais, depois fica mais afoito e compra um carrinho”.
Lula finalizou sua fala: “O certo é que ninguém segura o Brasil. Deus abençoe o povo e o governo”.
Pela 8ª vez Lula planejava não falar com a imprensa no Piauí, mas foi convencido pelo ministro Tarso Genro e pelo governador Wellington Dias. O presidente falou pouco com os jornalistas que estavam na frente da casa do governador. Sobre o PAC, programa que foi alvo de críticas pela oposição, Lula declarou: “É com muito orgulho que estamos vendo os frutos das obras do PAC no Piauí, com a geração de emprego e a melhoria de vida para as pessoas. Eu sabia que as obras iam explodir em março e abril. Estamos fazendo uma reparação no que não foi feito no país nos últimos 50 anos”.
Sobre o programa Bolsa Família, que para a oposição e outros críticos é uma esmola para os pobres, Lula deu uma “tesourada” na classe alta da sociedade: “só quem pode criticar é quem tem condição de dar R$ 100 de gorjeta em um restaurante. Quem tem 3, 4, 5 filhos e recebe uma ajuda de 50 ou 90 reais, já pode levar um prato de comida pra casa. Com o programa, o país tem agora 44 milhões de brasileiros que estão comendo melhor”, respondeu eufórico.
Fonte: PortalAZ