Sob a coordenação do ator e diretor teatral Franklin Pires, pela primeira vez, no encerramento dos festejos de Santa Luzia, padroeira de Luzilândia, a vida da santa retratada em espetáculo dramatizado.
Para o evento, que ocorrerá neste próximo dia 12 de dezembro, última noite das festividades da padroeira, os atores e personagens da encenação já estão sendo treinados e qualificados para a exibição da peça que mostrará ao público a vida de devoção e entrega de Santa Luzia.
O curso de teatro, ministrado por Franklin Pires, com a participação de Lucas Celebridade, um luzilandense que já adquiriu notoriedade nacional, está-se realizando na própria cidade de Luzilândia. Para Lucas Celebridade, o evento é o mais novo desafio encarado pelas pessoas que defendem as artes e a cultura da cidade, aliadas à religiosidade.
O curso também terá a participação dos atores que fazem parte da Pastoral da Juventude e que encenam, anualmente, o espetáculo da “Paixão de Cristo”. Oficinas estão sendo preparadas e monitoradas para que o público assista essa emocionante história de fé e religiosidade.
O Complexo da Igreja Matriz de Santa Luzia, em Luzilândia, considerado o ponto turísmo mais deslumbrante da cidade e um dos mais elegantes do Piauí, servirá de cenário para o grandioso espetáculo.
VIDA DE SANTA LUZIA
Luzia nasceu por volta do ano 280 d.C. em Siracusa. O pai de Luzia, que talvez se chamasse Lúcio, morreu quando ela era muito pequena. Assim, foi criada pela mãe Eutichia, da qual conheceu a verdade do cristianismo e a mensagem de amor a Jesus, conhecendo as histórias dos primeiros cristãos, o martirio deles pelo amor a Deus. Seu coração, então, decidiu-se consagrar com voto perpétuo de virgem.
PEREGRINAÇÃO
Luzia, preocupada pelo agravar-se da doença que tinha a mãe, uma hemorragia considerada incurável, sugeriu uma peregrinação ao sepulcro da mártir Santa Agata em Catania. Vítima no ano 251 das perseguições de todos os cristãos ordenadas pelo imperador Décio, muitas pessoas iam ao sepulcro para obter as graças porque a fama da gloriosa Santa se espalhava por todo lugar por causa dos milagres que ela fazia. Luzia certificou-se que teria feito um bem à sua querida mãe.
Eutichia aceitou, cheia de esperança, a exortação de Luzia e assim decidiram partir em peregrinação a fim de alcançar Catania, onde chegaram no dia da festa de Santa Ágata: era o dia 5 de fevereiro de 301. Durante a celebraçã, escutaram o passo do Evangelho de Mateu referente ao raconto da mulher que sofria de hemorragia, curada por ter tocado o manto de Jesus. Luzia, iluminada, propôs à mãe tocar o sepulcro de Santa Ágata convencida da potente intercessão da Santa.
O MILAGRE
Enquanto Eutichia tocava o sepulcro, a Luzia apareceu em visão S. Ágata, que lhe disse: “Luzia, irmã minha, porque pedes a mim aquilo que tu mesma podes obter para a tua mãe? Eis que tua mãe jà foi curada pela tua fé”.
Luzia disse a mãe: “Pela intercessão de S. Ágata, Jesus te curou”. E imediatamente Eutichia se sentiu retomar as forças perdidas, compreendendo que tinha sido curada.
Luzia compreendeu que aquele era o momento justo para revelar a sua mãe a intenção de consagrar-se a Jesus e de querer donar a sua rica dote nupcial aos pobres. Eutichia, que tinha o coração repleto de agradecimento pela graça recebida, aceitou.
A DENUNCIA
Um jovem da sua cidade, apaixonado por Luzia, desiludido por não poder casar com ela – porque Luzia lhe tinha explicado que era consagrada a Jesus -, vingou-se com raiva, denunciando-a ao prefeito romano Pascasio, por blasfêmia a Cristo. O imperador Diodeziano tinha emitido uma publicação que previa uma feroz repressão contra os cristãos. E assim procedeu.
A PRISÃO
Luzia foi presa e conduzida ao prefeito Pascasio, que a ordenou de fazer sacrifícios aos deuses pagãos para renegar a própria fé cristã. Luzia não aceitou. Pascasio se deu conta que não teria obtido nada e então ordenou que a moça fosse levada às piores zonas da cidade a fim de que fosse usada violência de toda sorte contra ela.
OS PRODÍGIOS
Os soldados a pegaram para levar embora, mas nem com a força conseguiam movê-la, experimentaram também ligá-la com fios, as mãos e os pés, mas nem assim conseguiram. Sem explicação, Luzia continuava fixa como uma pedra. Deus não permetia a ninguém de levá-la embora.
O MARTÍRIO
Pascasio, furioso, condenou-a à decapitação, morte reservada aos condenados de nobre estirpe. Luzia, antes da execução preanunciou a morte de Diocleziano, que aconteceu poucos anos depois e o final das perseguições terminadas no ano 313 d.C, através de Costantino.
Luzia foi morta no dia 13 de Dezembro de 304 e teve sepultura no mesmo lugar onde no ano 313 foi construído um santuário a ela dedicado.
No ano 1.039, o general bizantino Giorgio Maniace transferiu o corpo de Santa Luzia de Siracusa a Constantinopolis, para tirá-la do perigo de invasão da cidade de Siracusa da parte dos Saracenos.
No ano 1.204, durante a quarta cruzada o Doge de Veneza, Enrico Dandolo, encontra os restos mortais de Luzia e os leva a Veneza, ao mosteiro de São Jorge , isso no ano de 1.280.
DEVOÇÃO
A devoção a S. Luzia se difundiu logo depois da sua morte e se transmetiu até os nossos tempos. O testemunho mais antigo é uma epigrafe marmorada em grego do IV Século, descoberta no ano 1.894 nas catacumbas de Siracusa.
Papa Gregorio Magno inseriu Santa Luzia no cânone da missa romana. Algumas citações se encontram na Suma Teológica de S. Tomás de Aquino.
Dante faz o simbolo da Graça iluminante e se define seu fiel. A considerava protetora da vista e pediu muitas vezes a Ela que curasse os distúrbios dos olhos. A legenda popular narra que à Santa foram-lhe tirados os olhos da orbita, por isso algumas iconografias figuram a Santa com uma bandeja na mão onde os olhos se encontram em cima. Santa Luzia é a protetora da vista.
TRADIÇÃO DE SANTA LUZIA
No Norte da Itália, na Cecoslovacchia e também na Austria, comemora-se Santa Luzia como portadora de dons para as crianças. Na Dinamarca e Suécia, a Santa é comemorada com a escolha de uma moça que a represente entre muitas destacadas.
EPÍLOGO
Santa Luzia lançou na história, com o seu martírio, o grito de amor em direção a Jesus.
O Seu coração ardia como um forno de Amor divino e foi esta força enorme que a consentiu de superar as angústias que vinham humanas. Santa Luzia soube aceitar para si o sacrifício e a dor, na grande fé em Jesus que jà estava na sua alma.
Elevando os nossos olhos a Santa Luzia, somos inundados pela sua luz protetora e pelo aroma das suas virtudes, perdidos diante ao seu sacrifício.
Podemos tranquilamente pedir, através da sua potente intercessão, para reacender em nós a chama viva do Amor divino, de fazer renascer em nós a esperança de sermos salvos. Também na dificuldade e nas necessidades podemos recorrer ao seu patrocinio, certos de sermos ajudados.
Fonte: O Líbero e Jornal Luzilândia