Foi encontrado no final da tarde desta sexta-feira (29), mais um corpo de uma moradora que morreu levada pelas águas que romperam da barragem de Algodões I, na cidade de Cocal da Estação no norte do estado. Trata-se de Maria Andrelina Pereira, de seis anos de idade.
Maria Andrelina é a terceira criança morta em conseqüência da enxurrada e com ela sobe para seis o número de óbitos até agora. A defesa Civil e a Polícia ainda acreditam que existam pessoas desaparecidas. As águas baixaram, mas os locais são de difícil acesso.
Além de Maria Andrelina, foram encontrados os corpos de João Alves dos Santos, 72 anos; Francisca das Chagas Dos Santos, e das crianças Maria Tainara dos Santos 12, Francisca Maria Pereira, de 10 anos e Francisco José Alves dos Santos, de idade entre 35 e 40 anos.
Médicos, enfermeiros e psicólogos ajudam população desconsolada de Cocal
Médicos, enfermeiras e psicólogas estão sendo enviados para as comunidades da zona rural de Cocal que permanecem isoladas. O cenário é de estresse, dor e paralisia emocional. Os casos mais freqüentes são de pessoas com pequenos ferimentos, crises de hipertensão e que se negam a comer.
“As pessoas estão em choque, como se estivessem sonhando, paralisadas”, relata a psicóloga Neyliana Oliveira, chefe da Assistência Social de Cocal. Ela informa que oito profissionais da sua área estão apenas ouvindo os relatos e ajudando na aceitação do luto e das perdas materiais.
Casos mais graves, como o da agricultora Maria do Socorro dos Santos – que perdeu quatro membros da família – serão enviados para a Assistência Social do Município, que garantirá acompanhamento psicológico.
Nas comunidades Frecheira, Angico Branco, Franco, Tabuleiro e Passagem Funda, o atendimento médico é feito através dos helicópteros. Essas localidades já foram abastecidas de alimentos e águas. As famílias sobreviventes da tragédia estão aglomeradas nas casas que escaparam da enxurrada.
2.953 pessoas foram afetadas pelas águas de Algodões I
Restabelecer o fornecimento de energia elétrica é uma das prioridades das equipes que trabalham no município de Cocal. A cidade está sem luz há quase 48 horas.Tratores tentam abrir uma estrada para dar acesso aos técnicos da Companhia Energética do Piauí (Cepisa) e aos caminhões carregados com postes. Lucile Moura, presidente da Emgerpi, diz que, “na pior das previsões”, até amanhã (30), o fornecimento de energia será normalizado.
A Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, representantes da prefeitura de Cocal e do Governo do Estado reuniram-se no início da tarde de hoje (29), para discutir e operacionalizar o atendimento às famílias atingidas na tragédia de Algodões I. Números oficiais apontam que 2.953 pessoas foram diretamente afetadas pela enxurrada e que mais de 300 famílias permanecem isoladas em diferentes regiões da zona rural do município.
Quatro das seis vítimas fatais já confirmadas da tragédia de Algodões I, em Cocal, são da mesma família. Os corpos de Francisco José Alves dos Santos, 41 anos, Maria Tainara Alves dos Santos, 11 anos, Francisca das Chagas Santos, 64 anos, e João Alves dos Santos, 76 anos já foram encontrados e sepultados no município. Ainda estão desaparecidas: Taís Alves dos Santos, 10 anos, e Raissa da Silva Santos, 13 anos.
Eles residiam na localidade Angico Branco, a 17 km da sede de Cocal. Quando as águas que vazaram da barragem atingiram o povoado, a família Alves tentou se refugiar em um pé de cajueiro, mas apenas duas pessoas escaparam com vida.
Maria do Socorro dos Santos 28 anos, é uma das sobreviventes. Ela e o filho Weslley Alves dos Santos conseguiram subir a tempo na árvore. Em choque, dona Maria contou a equipe que lhe resgatou que viu o marido José Alves dos Santos ser arrastado pela enxurrada ao tentar salvar um dos filhos do casal. Das três crianças, uma morreu e a outra está desaparecida.
No desespero para salvar uma das crianças, a agricultora cortou a barriga em um arame farpado e foi levada para o hospital local. Além das perdas humanas, Maria do Socorro perdeu a casa onde morava. O imóvel ruiu durante a enchente.
A Coordenadoria de Comunicação do Estado informou que quatro pessoas continuam desaparecidas.
Veja algumas imagens da tragédia da cidade de Cocal:
Fonte: PortalAZ
A tragédia de Cocal/PI, como tantas outras por esse Brasil afora, mostra duas facetas já conhecidas por todos nós: o despreparo das autoridaes para lidar com situações emergenciais e a falta de bom senso de “oportunistas de plantão”, que utilizam-se da miséria do povo para obter lucros eleitorais. O momento deveria ser de socorro às vítimas, não de debate eleitoral. Fazer o que né!? Eles só estão mostrando quem realmete são…