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Sindicato apoia jornalista e diz que intimidação é ‘ranço autoritário'

O Sindicato dos Jornalistas do Piauí divulgou nota nesta segunda-feira (24) repudiando as ameaças feitas por integrantes da Polícia Civil do Estado a jornalistas em função da cobertura da morte da estudante Fernanda Lages Veras. Na publicação, a entidade de classe afirma que profissionais piauienses, em especial o jornalista Arimatéia Azevedo, diretor do Portal AZ, está sendo vítima de “uma clara tentativa de intimidar e silenciar a imprensa”.

Ainda de acordo com a nota assinada pelo presidente do Sindjor, José Olímpio Leite de Castro, as ameaças de processos recebidos por jornalistas do Piauí serão levadas ao conhecimento da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

 “O Sindjor-PI comunicará à Federação Nacional de Jornalistas mais essa tentativa de amordaçar a imprensa piauiense pela via judicial, o que revela um ranço autoritário, infelizmente, ainda presente em pleno regime democrático”, diz nota.

Veja a nota na íntegra:

NOTA REPÚDIO

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí vem a público manifestar o mais veemente repúdio às ameaças feitas pelos delegados da Comissão de Investigação do Crime Organizado e pelo delegado geral James Guerra contra os jornalistas que fizeram a cobertura do Caso Fernanda Lajes, em especial ao jornalista Arimatéia Azevedo, do Portal AZ e jornal O DIA, o que configura uma clara tentativa de intimidar e silenciar a imprensa.

Os jornalistas nada mais fizeram que cumprir a obrigação de manter a opinião pública informada sobre as investigações realizadas inicialmente pela Polícia Civil e, depois, pela Polícia Federal, com o acompanhamento do Ministério Público Estadual. Os profissionais de imprensa não inventaram ou criaram nada do que foi divulgado em torno do Caso Fernanda Lajes. O noticiário em torno desse lamentável episódio, que comoveu a sociedade piauiense, foi baseado em informações vazadas de dentro do Sistema de Segurança do Estado.

O próprio delegado geral James Guerra deixou claro isso quando disse, em entrevista a um canal de televisão, que foi um policial civil aposentado que passou para os policiais da Cico a informação de que o engenheiro responsável pela obra, com o corpo todo arranhado, teria viajado de avião para Fortaleza. Essa informação vazou e a partir daí surgiu o nome do principal suspeito. Como se vê, não foi um factoide criado pela imprensa. Querer culpar os jornalistas nesse caso equivale a fugir de suas próprias responsabilidades.

Ao invés de desencadear uma caça às bruxas, os senhores delegados da Cico e o delegado geral James Guerra deveriam seguir o exemplo do Secretário de Segurança do Estado, deputado Robert Rios Magalhães, que manifestou publicamente o seu respeito pelo trabalho da imprensa, destacando que não vê motivos para se ameaçar jornalistas com processo.

O Sindjor-PI comunicará à Federação Nacional de Jornalistas mais essa tentativa de amordaçar a imprensa piauiense pela via judicial, o que revela um ranço autoritário, infelizmente, ainda presente em pleno regime democrático, ao tempo em que coloca a sua Assessoria Jurídica à disposição dos jornalistas ameaçados pela intolerância e a arrogância daqueles que se julgam intocáveis.

Teresina, 25 de setembro de 2012 José Olímpio Leite de Castro – Presidente –  ]]>

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