A Prefeitura Municipal de Joaquim Pires, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e o Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF, realizou a primeira palestra sobre a Prevenção do Suicídio, dentro do Setembro Amarelo.
A referida palestra que teve como tema: “Falar é a Melhor Solução”, para alertar a população sobre os riscos do suicídio, que acarreta a morte de milhares de pessoas, principalmente jovens e idosos, aconteceu na última quinta-feira, 28 de setembro, no Auditório da Câmara Municipal de Vereadores, daquele município.
A palestra foi aberta ao público e ministrada pela Psicóloga, Keylane Araújo, a Assistente Social, Amanda Sales e o Médico Psiquiatra, Dr. Leonardo Barros, onde falou dos sinais, causas e meios que pode levar a pessoa ao suicídio.
“O suicídio é um fenômeno complexo e o evento busca conscientizar e alertar a população para o grande mal do século que é a depressão que infelizmente boa parte dos pacientes tem um desfecho de um quadro grave que leva o suicídio, entre a maioria dos casos são jovens e idosos, sendo que os homens tenham mais êxito do que as mulheres. O que agrava mais os casos são: bebidas e drogas”, disse o médico psiquiatra.
O Brasil é o quarto país latino-americano com o maior crescimento no número de suicídios entre 2000 e 2012, segundo relatório divulgado na última semana pela OMS. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. Chama a atenção o fato de o número de mulheres que tiraram a própria vida ter crescido mais (17, 80%) do que o número de homens (8,20%) no período de 12 anos. A mortalidade de pessoas com idade entre 70 anos ou mais é maior, de acordo com a pesquisa.
Depoimentos
Os depoimentos foram a parte mais emocionante da palestra, onde pessoas relataram suas experiências com o suicídio. Um dos depoimentos que mais chamou atenção do público, foi o depoimento da acadêmica de Psicologia, Julianne da Cunha Castelo Branco, de 31 anos de idade, onde recentemente seu marido cometeu suicídio. Apesar de seu marido está em tratamento contra a depressão, ela nunca imaginou ter um potencial suicida em casa. “A morte pelo suicídio é algo muito sério, porque você tem a sua intimidade exposta. Falar do suicídio nunca foi tema polêmico ou Tabu, porque eu acredito que falar da experiência que eu e minha família passámos, pode ajudar e não a influenciar as outras pessoas a não cometer suicídio. A morte sempre vai ser algo muito dolorido independentemente de como for. Temos que viver o luto, pois existe cinco fases no luto: negação, barganha, raiva, depressão e aceitação”, ressalta a Julianne.
O evento com as presenças de várias autoridades municipais, como o prefeito municipal, Genival Bezerra da Silva (PT), o vice-prefeito, Lourival Cunha, a secretária de educação, Lêda Maria, a secretária de saúde, Socorro Machado, o secretário de assistência social, Mariano Pereira, o secretário de agricultura, Francisco Farias, agentes de saúde, funcionários públicos e a população.
Palestra em Comunidades e Escolas
Durante o mês de setembro, o Núcleo de Apoio da Saúde da Família – NASF (composta por fonoaudióloga, nutricionista, psicóloga, assistente social e psiquiatra), realizou várias palestras em comunidades e escolas do município, ressaltando a importância da prevenção do suicídio. Recentemente a cidade registrou casos de tentativas e suicídios.
Ranking de Suicídio no Piauí
Na última quinta-feira, 28 de setembro, o Ministério da Saúde divulgou seu primeiro Boletim Epidemiológico sobre o suicídio no Brasil. Um dado é alarmante: a taxa de suicídio no Piauí é 57% maior que a média nacional. Somente em 2015, foram 8,8 casos de suicídio para cada 100 mil habitantes no Estado e no mesmo ano, no Brasil, essa taxa foi de 5,6 para cada 100 mil habitantes. Os maiores casos são de jovens entre 15 a 29 anos de idade e os que motiva geralmente desesperança, falta de perspectiva, solidão, falta de senso de pertencimento a um grupo, pressões sociais, necessidade de se encaixar em um modelo pronto, ansiedade, sentir-se obrigado a atender expectativas.
Veja outros registros da palestra, abaixo: