Algumas das evidências sobre os desvios de comportamento dos filhos quando estes se drogam infelizmente são situações que não poucas vezes passam despercebidas pelos mais atentos e devotados pais.Erroneamente, muitos desses pais sequer se questionam quando ocorrem situações de distanciamento afetivo dos filhos para com eles. Preferem entender este um processo como algo natural do desenvolvimento adolescente. A busca de novos referenciais e algum distanciamento dos pais é de fato necessário para a elaboração da identidade do futuro adulto, mas apenas até certo ponto.
Distanciamentos afetivos de modo geral requerem um olhar mais atento por parte dos pais e merecem maior atenção quando conjuntamente surgem mudanças importantes de personalidade e comportamento. Exemplo: Quando aparecem retraimentos espontâneos, dificuldade e mesmo falta de vontade de conviver com a família e mesmo com amigos que sempre costumaram ser referencencias fraternas. Quando as festas sociais e de família ficam determinantemente fora de cogitação. Tudo isso ocorre de modo sutil, porem em determinado momento um quadro maior vai se delineando e os pais podem perceber o filho mais próximo de um estranho do que de alguém com quem mantiveram contato desde o nascimento.
Outro fator de relevância são as altas jornadas de sono ao longo do dia e o uso freqüente da desculpa sobre o excesso de cansaço ser devido as atividades do dia a dia ou mesmo pelas baladas noturnas. Essas situações devem ser observadas pelos pais pelo bom senso somado aos dados de realidade. Verificar se o jovem prefere passar horas a fio trancado dentro do quarto ou banheiro também pode ser algum sinal de que algo pode estar fora do prumo.
A grande questão fica na linha divisória do que pode ser entendido dentro de um padrão de normalidade ou quase e de alguns tipos de comportamentos que podem servir como fortes sinalizadores de que algo de muito errado pode estar ocorrendo secretamente na vida de seu filho. Os sinais surgem e os pais devem ficar atentos aos movimentos e atitudes que antes não faziam parte da rotina e da estrutura de personalidade dos filhos.
Dependendo do tipo de droga utilizada, poderá ocorrer a diminuição drástica do apetite e ate sensações de enjôo ou mesmo vômitos.
Também se torna recorrente o esquecimento de palavras durante as frases.
Sabemos que o adolescente está em constante transformação e que todo este caminho mutante serve de experimentação para a jornada adulta que precedente. Por isso mesmo é que os pais devem estar presentes, entendendo os processos de mudanças necessários, mas em momento algum se dispersando de uma visão mais acurada e amadurecida em relação aos filhos. Atentando inclusive para não relevarem as percepções por mais sutis que possam parecer em relaçao as atitudes “diferentes do usual” que seu filhos possam estar tendo.
Denunciar para si próprios de que algo pode não estar caminhando bem em relação aos próprios filhos pode incomodar profundamente todo e qualquer tipo de ideal dos pais, negá-los porem, num futuro não distante pode trazer uma dor que muitas vezes torna-se irrecuperável.
Fonte:Sua Mente
Silvia Malamud