Novo arcebispo de Teresina assume em fevereiro e quer se dedicar aos pobres
Em 25 de fevereiro, Teresina terá um novo arcebispo: Dom Juarez Sousa da Silva. Em entrevista à TV Cidade Verde, o religioso- que tem 61 anos- revelou como uma das missões se dedicar aos pobres.
“São desafios que nos preocupam. É uma cidade grande, uma arquidiocese muito grande, os desafios urbanos, as mudanças [..] no entanto, a gente conta na graça de Deus. Teresina é uma arquidiocese profundamente marcada pela presença de grandes pastores que fizeram uma belíssima trajetória e essa caminhada deve acontecer com a evangelização, o anúncio da boa nova, com o cuidado para com os pobres e assim a gente vai com o coração aberto sabendo que temos desafios, mas acima de tudo tem a graça de Deus que nos acompanha”, disse Dom Juarez.
Em um tom já saudosista, o então bispo diocesano de Parnaíba relembrou sua trajetória e diz que o sentimento é de gratidão.
“Há sete anos estou aqui. Cheguei e encontrei corações abertos […] o que eu deixo é que essa missão continue […] aprendi muito com esse povo e colaborei também um pouco com a evangelização do povo de Deus”, disse Dom Juarez.
“Meu sentimento é de muita gratidão, reconhecimento pela presença, pela colaboração e certamente vou levar muita saudade. Mas junto a saudade vai também o espírito missionário da igreja que está aqui em Parnaíba e vai levar um pouco de você”, completa o então bispo diocesano de Parnaíba
A cerimônia de apresentação de Dom Juarez está marcada para o dia 25 de fevereiro, às 19h, na igreja catedral Nossa Senhora das Dores.
APOSENTADORIA DE DOM JACINTO
Dom Jacinto Brito foi aposentado compulsoriamente por ter completado 75 anos. À TV Cidade Verde, ele explica que, com a nomeação de Dom Juarez, ele segue agora como administrador apostólico da Arquidiocese de Teresina até a entrega do cajado pastoral ao novo arcebispo e leitura da bula enviada pelo papa Francisco.
“Sigo na mesma missão, com os mesmos direitos e deveres. A partir do momento que Dom Juarez assumir a função de arcebispo de Teresina, me torno bispo emérito, que é um bispo aposentado, aposentado da função de administrar, só isso. Mas a missão do ensino da palavra de Deus, dos sacramentos, continua a mesma coisa. O que faço hoje, farei como bispo emérito com exceção de administrar a diocese”, diz o religioso.
Ele avalia que a aposentadoria compulsória é importante para a renovação da igreja. “A igreja sabiamente dispensa o bispo, os párocos e outros que têm função de governo, nessa idade, para renovar os padres da igreja, o que estou plenamente de acordo, tanto que apresentei meu pedido de renúncia um ano antes de completar 75 anos, para que a Santa Sé se sentisse livre de procurar meu sucessor”, diz Dom Jacinto que no próximo dia 15 de janeiro completa 51 anos de sacerdócio.
“Nunca parei. Foram 51 anos de trabalhos ininterruptos. Nunca parei um ano de sabático ou estudos […] sempre tive função de comando coordenação. É bom que no fim da vida, a gente tenha um momento para fazer o que gosta. Gosto muito de ler, me comunicar com os amigos, ter um tempo mais largo de oração, cuidar da natureza. Me vejo repartindo meu tempo com essas coisas em uma paz que Deus há de me dar até o fim da vida”, diz Brito.
Ele avaliou os dez anos anos como arcebispo de Teresina e diz que “quer morrer trabalhando pela igreja”.
“A primeira coisa que sinto impulso no meu coração é de agrader à arquidiocese de Teresina. No histórico 06 de maio de 2012 quando eu cheguei na praça da nossa catedral, na minha homilia, pedi ao povo de Deus por inteiro: me deem um lugar em seu coração. E hoje posso dizer que senti que esse pedido foi acolhido. Sempre me senti amado, respeitado, acolhido e apoio de colaboração de todas as frentes. Sou um bispo feliz e agradecido a Teresina. Me lancei de corpo e alma na missão, sem procurar me deter diante de nada, a não diante daquilo que era impossível ou não era oportuno”, disse Dom Jacinto.
Por Graciane Araújo