Campanha da Fraternidade prega superar as divisões, extremismo e a cultura do cancelamento
“Vós sois todos irmãos”. Apaziguar as diferenças, superar as divisões, o extremismo e a cultura do cancelamento são missões da nova Campanha da Fraternidade, lançada na manhã desta quinta-feira (15) na residência episcopal.
Com o tema “Fraternidade e Amizade Social”, a campanha deste ano quer refletir sobre a polarização, a exclusão e vem defender a cultura do encontro e da empatia.
A campanha foi lançada com a presença do arcebispo de Teresina, Dom Juarez Marques. Representando o governo do estado, estavam a secretária de Assistência Social, Regina Sousa, e Núbia Lopes (relações sociais). A presença dos deputados estaduais Fábio Novo e Bárbara Soares, e a ex-deputada Lucy Soares, além de representar a prefeitura, o secretário Allan Cavalcante da Semcaspi (Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas).
O coordenador arquidiocesano da campanha, Gilberto Penha, ressaltou que a campanha deste ano comemora 60 anos e afirmou que é preciso compreender a verdadeira amizade e transformar as diferenças em empatias.
“Falta compromisso com a verdade, fake news espalhados com grande força, e a banalização da morte, se mata por nada. E a vida? Perdeu o seu valor e precisamos resgatá-la. Interesses pessoais são substituídos por valores. A violência é normalizada, o assédio moral, o assédio sexual é preciso olhar o outro, mas com respeito e acolhimento”, disse Gilberto Penha.
Ele ressaltou a importância do ecumenismo e combater a cultura do cancelamento e a intolerância religiosa.
“Vamos trabalhar um documento para três dimensões: ver, iluminar e agir. Precisamos combater a síndrome de Caim, que queria tudo para si e matou o irmão”, disse.
A secretária de Assistência Social, Regina Sousa, disse que é preciso fazer uma reflexão sobre os impactos das campanhas, já que após as atividades, os temas são esquecidos.
“É aquela tal história que diz assim: eu não chego perto de ninguém que não pensa como eu, e aí a gente não vai mudar nada. Tem que se aproximar das pessoas, você rebater alguém sem brigar, sem ódio, sem rancor. É difícil é, mas temos que tentar”, disse Regina Sousa.
O arcebispo Dom Juarez destacou que é preciso fortalecer o ciclo de amizade e que não é fácil, já que se busca empatia.
“Vivemos um momento necessário para isso e devemos usar a nossa rede social para contribuir com as relações fraternas e de bem querer ao outro. É urgente para combater a inimizade social, a violência e a corrupção”, ressaltou.
Segundo a arcebispo, as inimizades causam divisão, violência e destroem a dignidade humana.
“O Evangelho é um remédio infalível contra as inimizades social e a violência. Jesus foi o primeiro que saiu da bolha de si mesmo, da comunidade, da sua mãe e entrou no mundo pagão e realizou a obra de salvação, incluindo a todos e promovendo a embatia”.
Veja aqui mensagem do Papa Francisco sobre a campanha
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O que é a amizade social, segundo o Papa Francisco
“É o amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço. Amizade social é uma fraternidade aberta, que permite reconhecer valorizar, amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, independentemente de sua cor, religião. Amizade social e o amor desejoso de abraçar a todos. É comunicar vida com namoro, entusiasmo. É viver livre de todo desejo de domínio do outro. É o amor que se estende para além das fronteiras…”
Por Yala Sena