Em discurso na Assembleia Legislativa na manhã de hoje (20), Dia da Consciência Negra, a deputada estadual Rejane Dias defendeu políticas compensatórias para os brasileiros afrodescendentes. Ela justificou que além de defasagem histórica de direitos, o reforço da discriminação que perdura até hoje criam barreiras aos negros em todos os setores da vida.
A deputada citou que estudos do IBGE e Ipea mostram que as pessoas de pele negra, mesmo que em igualdade de condições sociais, teriam mais dificuldades para alcançar um bom posto de trabalho e até mesmo chegar à universidade que uma pessoa branca.
“Os negros acumulam desvantagens em todos os setores da vida, seja na questão da moradia, da renda, do trabalho ou da educação. Algumas pessoas insistem em dizer que não existe racismo no Brasil, mas ciência veio desmascarar este argumento e, por isso, precisamos compensar esta desumanidade”, citou Rejane Dias.
Rejane também defendeu a criminalização do racismo como forma de fazer a sociedade compreender e mudar a atitude discriminatória em relação à cor de pele.
“Criamos delegacias especializadas para enquadrar este tipo de criminoso. É uma atitude cultural que precisa ser extirpada, pois segrega, as vezes silenciosamente, a maior parte de nossa população”.
A deputada defendeu os grupos que divulgam a cultura negra no Piauí.
“É uma forma de mostrar o valor desta cultura que é uma das três principais matrizes que compõem o povo brasileiro e que, por isso, não há razão alguma para negros e descendentes serem tratados como cidadãos de segunda categoria. Antes alguns negros negavam sua cor para, psicologicamente, tentar negar a condição segregada e marginalizada a que a maioria era submetida. Graças a esses grupos, hoje temos orgulho de nossa matriz negra”, finalizou a deputada.
Por Mateus Noronha
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