A população do município de Miguel Alves, (a 112 km ao Norte de Teresina), recebeu com estranheza as informações repassadas pelo funcionário de uma empresa que presta serviços para o Banco do Brasil, que na última terça-feira (30), foi invadido por uma quadrilha fortemente armada. Identificado apenas pelas iniciais A. R., o jovem relatou que ao contrario do que foi divulgado pela polícia, ele foi a pessoa que ficou trancada dentro do porta-malas do veículo que estava sob o poder da quadrilha e não o gerente Ademyston Alves, que morreu durante um confronto entre os assaltantes e a polícia.
Hoje, o refém não atende telefonemas, não utiliza as redes sociais e deixou bem claro que está temendo pela sua vida, pois ele é a principal chave para chegar à verdade sobre o confronto, já que o local do crime foi totalmente alterado, antes da realização de uma pericia e as armas dos policiais não foram recolhidas. Neste momento, a polícia espera pela conclusão do inquérito, só que devido às dúvidas e às suspeitas de que os tiros que mataram o gerente partiram da polícia e não dos assaltantes, estão tentando a provar a inocência dos policiais.
No mapa abaixo veja o trajeto da quadrilha do banco até o local do confronto com a polícia
Outro fato que intriga os moradores da cidade e a família do gerente do Banco do Brasil foi a interceptação policial que ocorreu em plena zona urbana da cidade entre os bairros Mangueirão e Forquilha, no trecho da PI 112 que é bastante movimentado e que fica a menos de dois quilômetros do Banco do Brasil. Em um trecho do vídeo divulgado pela polícia com o depoimento de A. R., o refém vivo disse que a todo momento os assaltantes avisavam que se a polícia aparecesse haveriam mortes. Ele também deixou claro que dentro do banco um dos membros da quadrilha sempre pedia para os companheiros apontarem as armas para cima, deduzindo que a intenção era apenas roubar e não ferir alguém.
Ontem (3), a versão da polícia de que o gerente tinha sido atingido apenas por um tiro foi desmentida após a divulgação de imagens que mostram dois ferimentos de bala no corpo da vítima. Especialistas afirmaram que um dos ferimentos foi provocado por uma munição de baixo alcance e o outro por uma bala de longo alcance.
Fuga
Outro ponto que gera duvida é o fato da fuga de dois dos cinco assaltantes, que mesmo a pés, frustrados e sob a mira de bons atiradores conseguiram escapar do cerco policial em uma área de mata rasteira.
“Se a polícia atirou em um assaltante que iria matar o refém A. R., por que não atirou em todos, já que pelo relato do jovem, os policiais tinham uma visão privilegiada do local onde o carro saiu da pista”, disse um amigo da vítima que preferiu não se identificar.
Na madrugada da ultima sexta-feira (3), por volta de 1h, um homem que seria um dos fugitivos foi visto roubando a bicicleta de um pescador na prainha de Miguel Alves. De lá, o homem seguiu até a região do povoado Novo Nilo, no município de União, onde abandonou a bicicleta e continuou a fuga em um ônibus de passageiros que deixou Miguel Alves por volta das 5h da manhã.
No mapa abaixo veja o trajeto da quadrilha após o confronto
Investigações
É bem provável que a investigação não seja bem apurada devido a muitos erros cometidos na operação policial, o delegado Menandro Pedro, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), afirmou que agora as armas dos policiais podem ser recolhidas, só que ele deixou claro que para fazer a balística é preciso encontrar todos os projéteis.
Entenda o caso:
Na última terça-feira (30), cinco homens fortemente armados invadiram e roubaram o Banco do Brasil de Miguel Alves, após o crime a quadrilha deixou o local levando dois reféns, o gerente e um funcionário só que após deixarem o local o bando foi interceptado pela polícia. O assalto terminou com o saldo de quatro mortos, o gerente do banco e três assaltantes, outros dois membros da quadrilha tiveram êxito e até agora não foram localizados.
Fonte: Portal Az