Professores de Esperantina participam de projeto de Horta Escolar
Cerca de dez pessoas representando as Secretarias de Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Secretaria Municipal de Educação, estão participando na cidade de Chapadinha no Estado do Maranhão, do encontro presencial de formação da área meio norte do “Projeto educando com a Horta Escolar”.
O projeto que é oriundo do Governo Federal, teve inicio nesta quarta-feira (19) e vai se estender até a próxima sexta-feira (21), e visa sobretudo a implantação de hortas nas escolas.
Vale ressaltar que o projeto foi adquirido pela prefeitura de Esperantina através da Secretaria Municipal de Educação, junto ao Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar – FNDE.
No Brasil, os Estados do Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Maranhão, Alagoas, Pará, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí foram contemplados com o projeto, sendo que no Estado do Piauí, apenas as cidades de Esperantina, São João do Arraial, Joaquim Pires, União, Vera Mendes, Oeiras e Colônia do Gurgueia, adquiriram o projeto que nesse primeiro momento está capacitando os formadores nos encontros que estão sendo realizados em diferentes cidades.
O primeiro encontro aconteceu na cidade de União e reuniu representantes de todos os Estados contemplados com o projeto.
O prefeito de Esperantina Francisco Antonio e a Secretária de Educação Vilma Amorim também participaram do encontro.
OBJETIVO GERAL
Formar formadores municipais nas áreas de Educação, Meio Ambiente/Horta e Nutrição, para organização, implantação e desenvolvimento do Projeto no município, com vistas à melhoria da qualidade de alimentação, do meio ambiente e do currículo escolar.
O projeto justifica-se pelo fato de coexistirem no Brasil, a fome, a desnutrição, as deficiências de micro nutrientes e as enfermidades produzidas por alimentação excessiva ou inadequada. A partir dos anos oitenta, doenças como diabetes, hipertensão arterial e obesidade tiveram o aumento alarmante de 240%, agravando, juntamente com os males oriundos da subnutrição, a situação da saúde pública do País.
Nesse contexto, o Projeto Horta Escolar foi concebido com a finalidade de intervir na cultura alimentar e nutricional dos escolares, com base no entendimento de que é possível promover a educação integral de crianças, adolescentes e jovens de escolas e comunidades do seu entorno, por meio das hortas escolares incorporando a alimentação nutritiva, saudável e ambientalmente sustentável como eixo gerador da prática pedagógica.
Segundo as últimas estimativas realizadas pela FAO nos anos 1990 no Brasil existiam 15,6 milhões de pessoas desnutridas.
Em relação às deficiências de micronutrientes, se estima uma prevalência de anemia de 45% por deficiência de ferro em menores de cinco anos e em mulheres de 15 a 49 anos de 21% (UNICEF-2003).
Em alguns estados do Nordeste 40% da população infantil apresenta deficiência de vitamina A com prevalência de retinol sérico abaixo de 20 mcg.
Por outro lado, nas últimas três décadas se tem registrado um aumento alarmante na obesidade. Quando se compara os estudos efetuados entre 1975 e 1997 se observam que a prevalência da obesidade aumentou de 8 a 13 por cento em mulheres, de 3 a 7% nos homens, e de 3 a 15% em crianças e adolescentes, segundo os dados do Ministério da Saúde de 1999.
De acordo com a OPAS/OMS, a prevalência da obesidade infanto-juvenil no Brasil subiu 240% nas últimas duas décadas.
O substancial incremento nesta taxa em crianças e adolescentes mostra principalmente a mudança nos estilos de vida associados a um ambiente que fomenta hábitos sedentários com diminuição da freqüência da atividade física (as crianças estão mudando os jogos ao ar livre pela televisão, o computador e os jogos de vídeo) e pela aquisição de hábitos alimentares inadequados, caracterizados pela substituição dos alimentos tradicionais da cultura brasileira por dietas de alto valor calórico e não sempre acompanhados pelo adequado valor nutricional.
Estes aspectos enfatizam a constatação de que, lamentavelmente, o sobrepeso e a obesidade se converteram em um problema de saúde pública e que a fome e a desnutrição além de um problema já considerado de saúde pública, tornaram-se uma prioridade para o atual governo.
O ambiente escolar permite a disseminação de informações não somente para a dita comunidade, mas também para suas famílias e comunidade, já que as crianças são grandes multiplicadores da informação.
Com vistas à adoção de um novo enfoque sobre a visão sistêmica da educação, o Ministério da Educação considera fundamental que se estabeleça um perfil de escola que se proponha à inclusão e permanência de todas as crianças na escola; a adequação e melhoria da infra-estrutura; a valorização e qualificação do professor e a comunidade escolar; o acesso ao conhecimento atualizado e às novas tecnologias; o direito a uma alimentação adequada e saudável que propicie as condições necessárias ao desenvolvimento e aprendizagem dos alunos; a promoção de atividades para melhoria das condições ambientais e a conscientização sobre o tema água, com postagem, agricultura orgânica e outros temas afins.
Também considera que se estabeleçam novos paradigmas educacionais que integre a saúde, o meio-ambiente e o desenvolvimento comunitário por meio de programas interdisciplinares.
Considerando o contexto social supracitado, o Governo do Brasil está capacitando docentes sobre conteúdos de educação ambiental, alimentar e nutricional tomando como eixo articulador das atividades a horta escolar e a relação desta com a participação comunitária, que resultou no presente projeto.
O projeto Educando com a Horta Escolar favorecem a melhoria da qualidade da educação nas escolas envolvidas e nas demais escolas do município por meio das formações coletivas de professores, conforme programação a ser elaborada com a Secretaria Municipal de Educação.
Em Esperantina as escolas contempladas foram Francisco Ricardo (Limoeiro), João José de Oliveira (Canto da Palmeira), Patriotino Lages, Meire Fernandes, e Santa Luzia.
Colaboração: Carlos Araújo