Virgílio Bacelar diz que o irmão Dó, prefeito de Porto, será preso por corrupção
O advogado denunciou que parentes e amigos do prefeito são funcionários fantasmas e que foram desviados R$ 7 milhões da Saúde e Educação na época da pandemia da Covid-19
O advogado Virgílio Bacelar fez graves denúncias de desvio de dinheiro público e corrupção na Prefeitura de Porto.
Foi domingo passado (15), durante um comício do candidato do PT a prefeito, Aluizio Vaz, no bairro Alto Bonito, em Porto.
Segundo o advogado, seu irmão, o atual prefeito Dó Bacelar (PP), juntamente com a secretária de Educação, Ivanete Ferreira (conhecida como Neta), e o ex-secretário de Saúde e candidato a vereador de Porto, Murilo Sotero, serão presos por corrupção.
Virgílio Bacelar, que foi advogado do grupo político dele e de Dó Bacelar por 40 anos, rompeu relações com o prefeito após seu irmão rejeitar a candidatura de sua filha, a médica Vanessa Bacelar, à prefeitura de Porto. Desde então, Virgílio passou a apoiar a campanha de Aluizio Vaz e havia prometido expor o que chamou de “caixa preta da corrupção” no município.
Durante o comício, ele cumpriu a promessa, revelando irregularidades que chocaram a população local.
Entre as acusações, Bacelar destacou o desvio de R$ 5 milhões durante a pandemia de Covid-19, além do desvio de R$ 2 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Dó Bacelar ficou de boca aberta com tantas denúncias do irmão Virgílio Bacelar.
Fantasmas
O advogado também revelou a existência de uma lista de funcionários fantasmas que recebem salários entre R$ 4 mil e R$ 12 mil sem jamais exercerem suas funções. Segundo ele, essas pessoas vivem em cidades como Teresina e São Paulo.
“Tem fantasmas da Prefeitura de Porto até no exterior. Todos são pagos com recursos do município de Porto”, diz o irmão do prefeito.
Virgílio afirmou que continuará a divulgar mais nomes de funcionários fantasmas durante o próximo comício de Aluizio Vaz, marcado para o dia 21, no bairro Rua Nova.
A denúncia de Virgílio teve um forte impacto na campanha de Antônio Gerôncio, primo do atual prefeito Dó Bacelar, e está alterando significativamente o cenário político de Porto. As acusações do advogado abriram uma nova fase na disputa eleitoral em Porto e estão sendo acompanhadas de perto pela população e autoridades competentes.
Informações que circulam na cidade dão conta de que existem mais de 300 funcionários fantasmas na folha da Prefeitura de Porto, que sugam cerca de R$ 350 mil por mês dos cofres públicos.
Em resposta às denúncias, o candidato do PT, Aluizio Vaz, prometeu demitir todos os funcionários fantasmas caso seja eleito e utilizar os recursos desviados para implementar um programa de auxílio financeiro destinado às famílias mais pobres da cidade.
O prefeito de Porto não quis responder às acusações do irmão Virgílio. Dó Bacelar está rompido politicamente com o irmão.
Violência e morte
As disputas politicas no município de porto sempre ocorrem sob muita polêmica, acusações, atos de violência e até morte. Uma das vítimas da violência politica em Porto foi o deputado Abraão Gomes, assassinado a tiros no dia 29 de agosto de 1989.
Abraão liderava uma das famílias mais tradicionais daquele município. Homem rico, o então deputado também liderava um grupo politico daquele município. No dia 29 de agosto de 1989 ele foi seguido e morto a tiros ao parar diante do portão de sua casa, no bairro Planalto Ininga, zona Leste de Teresina.
De acordo com as investigações da Polícia do Piauí, Alcides Nery do Prado, foi um dos executores do deputado. Ele foi citado no processo judicial. O advogado Virgílio Bacelar foi acusado de ser o mandante do crime, mas em abril de 2017 foi absolvido da acusação pela Justiça.