Relatório do TCE traz nome de secretário de Estado que teria furado fila da vacina da COVID-19
O nome do jovem secretário de Estado do Turismo Flávio Rodrigues Nogueira Júnior, que teria 39 anos, consta do Apêndice G de um relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) que traz os nomes de 379 servidores do Poder Executivo Estadual suspeitos de terem tomado a vacina de combate à Covid-19 sem estarem ainda elegíveis. Todos eles teriam tomado o imunizante no Primeiro Ciclo de aplicação da vacina, que teve início em janeiro e seguiu em fevereiro.
Segundo o documento, Flávio Nogueira Júnior, cujo pai é o deputado federal Flávio Nogueira, recebeu a vacina no dia 11 de fevereiro. O secretário é médico.
Segundo o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em análise que “levou em consideração exclusivamente o Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a Covid-19”, além de “informes e notas informativas do Ministério da Saúde”, o grupo prioritário à época era composto dos seguintes:
– Pessoas com 60 anos e mais institucionalizadas;
– Pessoas com deficiências institucionalizadas;
– População indígena vivendo em terras indígenas;
– Trabalhadores de Saúde (46%) – Butantan;
– Trabalhadores de Saúde (27%) – Astrazeneca;
– Faixa Etária –Idosos de 90 anos e mais.
No caso dos trabalhadores da saúde, também segundo o relatório, estavam aptos para vacinação “trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, envolvidos diretamente na atenção para os casos suspeitos e confirmados de COVID-19 – Não precisam atender ao critério de faixa etária”.
“O cruzamento da lista com os dados relativos aos funcionários públicos do Poder Executivo Estadual chama atenção pela parcela significativa de vacinados (379 usuários) na categoria de “Trabalhadores de Saúde” que não guardam relação estreita com a área da saúde e/ou com a atuação direta ao enfrentamento à pandemia, como: Militares, Agente de Polícia e Penitenciários, Analista de Trânsito, Auditor Fiscal Ambiental, Tesoureiro, Datilógrafo, Economista, Procurador, Professor e inclusive Secretário de Estado”, traz relatório técnico da Corte de Contas.
Um dos pedidos ao final do relatório de levantamento é que o caso seja encaminhado ao Ministério Público do Piauí (MP-PI), para que apure os fatos e eventuais responsabilidades.
O relator do caso no TCE é o conselheiro Olavo Rebelo.
Por Romulo Rocha