Polícia

Lucros de 40% das perdas de seguidores em jogos iriam para blogueiras, diz polícia

Os seguidores eram induzidos a acreditar que as influenciadoras obtinham ganhos elevados com apostas

A Polícia Civil do Piauí revelou novos detalhes sobre o esquema investigado na Operação Laverna, deflagrada em Parnaíba, que mira influenciadoras digitais suspeitas de envolvimento com jogos de apostas ilegais.

Segundo o delegado Ayslan Magalhães, responsável pela investigação, as blogueiras recebiam até 40% do valor perdido por seus próprios seguidores ao participarem das plataformas conhecidas como “Jogo do Tigrinho”.

De acordo com o delegado, os seguidores eram induzidos a acreditar que as influenciadoras obtinham ganhos elevados com as apostas. No entanto, as investigações bancárias comprovaram que os valores exibidos por elas em postagens e stories eram falsos e não correspondiam à realidade.

As autoridades apontam que as condutas das influenciadoras podem se enquadrar em crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, propaganda enganosa, por se tratar de publicidade de um serviço irregular e contravenção penal por promover loteria não autorizada.

A polícia também informou que a divulgação dos nomes das três investigadas, Thaisa Costa Machado, Tereza Iva Gomes Freitas e Emília Magalhães Brito, atende ao interesse público, para que possíveis vítimas procurem a delegacia e registrem boletim de ocorrência.

 

“Aquele seguidor clicava naquele link, jogava, investia e perdia o dinheiro. 40% desse valor ia direcionado para essas influenciadoras. Então através de nota oficial a gente divulgou o nome dessas três para considerando interesse público e que as pessoas que se sentirem lesadas, enganadas, ludibriadas venham à delegacia registrar o BO contra elas”, abordou.

 

Blogueiras alvos de operação em Parnaíba lucravam com perda de seguidores em jogos

Magalhães ainda esclareceu que não há motivação política na operação, rebatendo a alegação de uma das investigadas de que estaria sendo perseguida. Segundo ele, os fatos apurados remontam a 2021, com movimentações anteriores a julho de 2024, e não têm relação com processos eleitorais.

 

“Uma das influenciadoras alegou, lá no momento da busca, que seria uma espécie de perseguição política. Então, a Polícia Civil reafirma que não existe nenhum cunho político aqui na investigação. A gente está falando de fatos pretéritos a julho de 2024, antes mesmo da eleição do ano passado, e que se estende aí até do ano de 2021, que a investigação bancária começou a partir desse ano”, explicou.

 

A Operação Laverna foi conduzida pela 2ª Delegacia Seccional de Parnaíba, com apoio da Superintendência de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Piauí. Além do cumprimento de mandados de busca e apreensão, foram apreendidos veículos de luxo e outros bens de alto valor durante as diligências. As investigações seguem em andamento.

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