Polícia

Juiz prorroga prisões de influencers em Teresina; suspeita que debochou da operação insiste em prisão domiciliar

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, prorrogou por mais cinco dias as prisões temporárias dos influenciadores digitais alvos da operação Jogo Sujo II (veja lista abaixo).

Os sete influencers são investigados  por contravenção penal de jogos de azar, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O magistrado entendeu que continuam presentes os pressupostos para a decretação da prisão temporária e a extrema e comprovada necessidade de sua prorrogação.

INFLUENCIADORES DIGITAIS QUE TIVERAM A PRISÃO PRORROGADA

Brenda Raquel Barbosa Ferreira
Letícia Ellen Negreiro de Abreu
Marta Evellin Lima de Sousa (Yrla Lima)
Milena Pamela Oliveira Silva
Pedro Lopes Lima Neto (Lokinho)
Diogo Macedo Basílio (Diogo Xenon)
Douglas Guimarães Pereira Neves

 

Yrla Lima, Diogo Xenon, Letíca Ellen e Douglas Guimarães

“Durante o prazo da prisão temporária, o delegado extraiu novas provas, colhendo os interrogatórios dos suspeitos e trazendo os diversos autos de apreensão […] É indiscutível que a imprescindibilidade às investigações persiste, diante da óbvia complexidade do caso, justificada no número de investigados, na complexidade e quantidade das provas arrecadadas, que necessitam de mais tempo para serem analisadas sem risco de interferências, que inclui diversos aparelhos eletrônicos, tais como celulares e notebooks”, justificou o magistrado.

Na decisão traz que a prisão temporária dos investigados revela-se indispensável também pela falta de colaboração as investigações e que, em liberdade, possam interferir negativamente na coleta de novas provas, seja de alguma forma obstruindo evidências ou dando continuidade às atividades criminosas.

“Até o presente momento, os suspeitos não forneceram informações que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos, adotando uma postura que dificulta o avanço das apurações. Essa ausência de cooperação, somada ao risco de que, em liberdade, possam ocultar ou destruir provas (podem tentar destruir, alterar ou esconder documentos, dispositivos eletrônicos, mensagens ou qualquer outro tipo de evidência que possa incriminá-los, reafirma a indispensabilidade da prisão como medida cautelar para garantir que as investigações prossigam de forma eficaz.

Para a prorrogação foi levado em consideração também o risco de ameaça ou coação a testemunhas, interferência na coleta de provas (possuem recursos financeiros ou contatos para dificultar o trabalho da polícia), risco de fuga diante do poder econômico que ostentam, continuidade do crime e uso do vasto patrimônio arrecadado para manipular testemunhas, dentre outros.

“Além disso, a complexidade e o caráter organizado do esquema criminoso exigem tempo adicional para identificar outros membros do grupo e rastrear o fluxo financeiro decorrente dos crimes, reforçando a necessidade de prorrogação para garantir o sucesso das investigações”, diz trecho da decisão.

Além dos presos, o empresário Antônio Robson da Silva Pontes, o Robinho da Carne, também é alvo da operação, mas não se apresentou à autoridade policial, até o momento.

INFLUENCER QUE DEBOCHOU DA OPERAÇÃO ALEGA PROBLEMAS DE SAÚDE

 

A prisão temporária dos alvos expirava neste domingo (13), mas com a prorrogação, eles podem ficar mais cinco dias presos. Desde o dia da operação, na última quarta-feira (09), a defesa de alguns dos investigados pede que seus clientes cumpram prisão domiciliar, o que foi negado pela Justiça. Entre estes está a influencer Brenda Raquel Barbosa Ferreira que debochou da operação. Na casa dela foram apreendidos aproximadamente R$ 300 mil em espécie reforçando os indícios de sua participação nas atividades criminosas, de acordo com o inquérito policial.

Para tirar Brenda da cadeia, a defesa argumento que ela se encontra em “condições delicadas de saúde, tendo em vista que se submeteu, recentemente, a procedimentos cirúrgicos de natureza plástica (abdominoplastia, lipoescultura, redução de mama e colocação de prótese mamária) e que o procedimento no abdômen teve complicações e o local da incisão se encontra aberto, com alto risco de infecção por bactérias oportunistas”.

O argumento da defesa foi rechaçado pela Polícia Civil que anexou vídeos e prints dos stories das redes sociais em que mostram Brenda Raquel, no dia anterior à prisão, circulando por diversos locais públicos, incluindo restaurante na cidade de Altos-PI e shoppings. 

A decisão cita também a atitude desafiadora de Brenda ao ser presa. Ao ser questionada, ela disse: “Eu tô presa e daí? e segue dizendo que ia continuar jogando. O comportamento evidencia, de acordo com a Polícia Civil, como “uma personalidade desafiadora e insensível à reprovação social e jurídica de suas ações, além de contrariar a condição frágil e vulnerável”.

INFLUENCER GRÁVIDA

A defesa da empresária e influencer Milena Pâmela Oliveira Silva alegou gravidez de risco para pleitear a prisão domiciliar. O pedido também foi negado pela Justiça. Consta, nos autos do processo, que a investigada “também não se deteve em casa nos dias anteriores a prisão, postando em rede social própria o trânsito em diversos lugares da cidade de Teresina-PI”.

Nos dois casos, após a prorrogação das prisões, o juiz determinou que sejam verificadas o estado de saúde delas, na Penitenciária Feminina, em até 48 horas.

 

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