Ex-vereador encomendou morte de empresário de São João do Arraial por R$ 50 mil e ofereceu sítio para pistoleiro, diz polícia
O delegado Saul Laurentino, da Polícia Civil do Piauí, concluiu nesta sexta-feira (14) o inquérito que apura a morte do empresário Benedito Neto, de 24 anos, no dia 14 de janeiro em São João do Arraial, no Norte do Piauí.
Ele foi morto a tiros na própria loja de ração da qual era proprietário.
De acordo com a investigação, o suspeito do crime, o ex-vereador Marco Borges, contratou um intermediário pelo valor de R$ 50 mil e ainda ofereceu um sítio na cidade de Matias Olímpio para o criminoso como pagamento do crime.
As investigações apontaram que a morte de Benedito foi um crime passional.
Segundo o delegado Saul Laurentino, Benedito mantinha um relacionamento com uma mulher que era ex-companheira de Marco Borges e o ex-vereador o via como “empecilho” para o retorno do relacionamento.
Marco Borges está preso desde o dia 14 de fevereiro, após ser abordado durante uma caminhada na Avenida Raul Lopes, em Teresina. Além dele, que é apontado como mandante do crime, estão presos Jhonatas Sousa (conhecido como Muniz) e Rafael Barroso, que segundo a polícia, são os executores do crime. Benedito foi morto a tiros na própria loja de ração da qual era proprietário na cidade de São João do Arraial.
“O nacional MARCO BORGES contratou o nacional CAMINHONEIRO para matar BENEDITO, inclusive ofereceu-lhe um sítio e mais 50 mil reais para fazer o serviço. MARCO BORGES, ex-vereador da cidade de Matias Olímpio, esteve em contato frequente com o nacional CAMINHONEIRO, inclusive chegou a presenteá-lo com um aparelho celular novo para dificultar uma possível investigação futura da polícia civil, após a morte de BENEDITO. Em sequência, o nacional CAMINHONEIRO contratou dois indivíduos para matar BENEDITO, os nacionais RAFAEL e MUNIZ, ambos naturais da cidade de Timon”, diz o delegado.
O intermediário do crime, que foi contratado por Marco Borges, segue foragido. Ele foi identificado apenas pela alcunha “Caminhoneiro”. A polícia diz que já tem a identificação do suspeito. Segundo as investigações, Caminhoneiro, Muniz e Rafael são pertencentes a uma facção criminosa com atuação em Timon e já respondiam a outros processos na Justiça do Maranhão.
Os envolvidos foram indiciados nos crimes de Homicídio duplamente qualificado por motivo Torpe e utilização de recurso que dificulte a defesa da vítima.
O crime
Dois homens armados, identificados pela polícia como Jhonatas Sousa e Rafael Barroso, chegaram até a loja da vítima e dispararam contra ele. Os tiros atingiram a cabeça da vítima, que morreu no local. A investigação apontou que Benedito foi morto por ciúmes, pois estava namorando a ex-companheira do homem suspeito de encomendar sua morte.
Imagem registrou suspeitos que cometeram o crime em fuga; eles foram presos
Crime planejado por três meses
De acordo com o delegado Saul Laurentino, Marco não levantou suspeitas e planejou a morte do empresário por três meses.
“Ele montou o plano de execução da vítima durante 3 meses. Não poderia levantar suspeita”, disse. Ainda segundo o delegado, o suspeito chegou a comentar com poucas pessoas que Benedito iria morrer.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos indiciados. O espaço segue aberto para os pronunciamentos sobre as acusações.
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