Audiência vai ouvir 50 depoimentos sobre assassinato do empresário Janes Castro em Parnaíba
Mais de 50 testemunhas devem depor durante a audiência de instrução e julgamento que julgará os acusados do assassinato do empresário Janes Castro, ocorrido no ano de 2020 em Parnaíba, no litoral do Piauí.
As investigações mostraram que foram pagos R$ 200 mil para pistoleiros de Pernambuco matarem a vítima.
O julgamento, que começou na última terça-feira (8), deve se estender até pelo menos a próxima quinta (10). Nessa quarta (9), foram ouvidos os policiais que participaram da investigação que resultou no inquérito.
A audiência de instrução e julgamento é um rito processual em que todas as testemunhas, de acusação e defesa, são ouvidas pela Justiça. Por se tratar de um possível caso de crime contra a vida, ao fim das falas das testemunhas o juiz deve decidir se o caso será ou não julgado pelo Tribunal Popular do Júri.
Ao todo, dez pessoas foram denunciadas, com participações diferentes na execução de Janes Castro.
“É um crime em que foram detectados vários atores. Os executores foram identificados, pessoas que deram apoio logístico, também o núcleo financeiro”, disse o promotor Rômulo Cordão, responsável pelo processo.
Segundo o promotor, trata-se de um caso complexo por conta da quantidade de denunciados, e porque não foi identificado quem seria o mandante do crime.
“As investigações continuam no sentido de fechar a autoria intelectual desse assassinato. A motivação continua sendo analisada. Acredito que em breve a gente terá respostas mais concretas acerca desse ponto”, comentou o promotor.
Dez indiciados
Os acusados de matar o empresário Janes Cavalcante Castro passam por audiência de instrução e julgamento na manhã desta terça-feira (8), em Parnaíba, no litoral do Piauí. Ao todo, 10 pessoas respondem por organização criminosa e pela prática de homicídio por motivo torpe (desprezível), com crueldade, sem dar à vítima possibilidade de defesa.
Os réus são: José Robervan de Araújo, Edson Carlos Veríssimo da Silva, Marcos Aurélio de Paiva Leal, José Hiago Ferreira da Silva, Evando Tenório Brito, Mário Roberto Bezerra Correia, Ivone dos Santos Silva, Arnoud de Paiva Leal, Wandyson Antunes Barros e Élida Raysa Machado de Albuquerque Soares.
A primeira audiência começou às 8h da última terça-feira (8), no Fórum Desembargador Salmon Lustosa, em Parnaíba. Diante do edifício, amigos e familiares do empresário realizaram uma manifestação pedindo justiça pela morte de Janes Castro.
Pistolagem
O empresário foi morto a tiros, dentro de um carro, no dia 18 de setembro de 2020, em Parnaíba. No dia do crime, a Polícia Militar (PM) informou que dois homens em uma moto perseguiram e efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra a vítima, que morreu no local.
Pelo menos seis cartuchos de munição calibre 380 foram encontrados no chão, no local do crime. Quase um ano depois, no dia 6 de setembro de 2021, Evando Tenório Brito, apontado como líder do grupo criminoso responsável pela morte de Janes Castro foi preso em Alagoinha, no Pernambuco.
Em abril de 2021, pelo menos seis dos acusados foram presos pela Polícia Civil durante a Operação Sicário. A investigação do caso foi concluída em junho de 2021 e apontou Mário Roberto Bezerra como mandante do crime.
Segundo a Polícia Civil, ele teria pago R$ 200 mil pelo assassinato do empresário. O delegado João Rodrigo Luna afirmou, na época, que a morte de Janes Castro foi encomendada porque ele teria dívidas com os envolvidos no crime.
Segundo a Polícia Civil, o mandante do crime, Mário Roberto Bezerra, contratou José Robervan Araújo, que foi o responsável por arquitetar a execução do empresário.
Conforme a investigação, Robervan monitorou a vítima por cerca de uma semana e contratou os dois homens que executaram o crime: Edson Carlos Veríssimo, suspeito de ser o atirador, e José Hiago Ferreira da Silva, que teria pilotado a motocicleta.
O empresário foi perseguido pelos dois homens e, depois, foi ferido com diversos disparos de arma de fogo, morrendo no local. A vítima chegou a perder o controle do carro e colidir contra o muro de uma casa.
G1-PI