Acusado de matar ex-mulher em Teresina não aceitava que ela comandasse a Guarda Municipal, diz delegada
Em coletiva, Nathália Figueiredo expôs os elementos que ensejaram o indiciamento de Fernando.
Francisco Fernando de Oliveira Castro, acusado de matar a ex-mulher Penélope Miranda e o vereador Thiciano Ribeiro (PL), era conhecido pelas pessoas mais próximas por tem um comportamento grosseiro com a ex-companheira e com o filho do casal.
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (04), a delegada Nathália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídios, expôs os elementos que ensejaram o indiciamento de Fernando. Ela afirmou que o indivíduo não aceitava o fato de Penélope comandar a Guarda Civil Municipal que ele fazia parte, o que causou o fim no relacionamento. Após o término, ele passou a persegui-la ao perceber que ela não tinha interesse em reatar a relação.
Segundo Nathália Figueiredo, ao longo do inquérito policial as testemunhas foram unânimes no relato acerca do comportamento e modo de agir do guarda civil enquanto era casado com a mulher, possibilitando a autoridade policial a traçar um perfil agressivo ao acusado.
“Durante oitiva de familiares e pessoas próximas nos foi trazido um Fernando que vivia um relacionamento no contexto abusivo no que tange a Penélope, no sentido de que ele era muito grosseiro, e que isso teria sido um dos motivos do fim da relação, além do descontentamento que ele tinha em relação a ela ocupar um posto de comando na Guarda Civil Municipal que ele fazia parte. Já a questão de relacionamento entre as vítimas, que foi justamente veiculado amplamente pela defesa, nos foi trazida uma situação totalmente diferente através das testemunhas. Inclusive os amigos mais próximos traziam justamente a preocupação que Penélope tinha em relação às condutas de Francisco Fernando. Ele a perseguia, ela se sentia intimidada”, relatou a delegada.
Conforme relatado pelas testemunhas, o guarda civil municipal deu um ultimato à ex-esposa. Ela teria que deixar o posto de comando na corporação para que eles continuassem casados. Entretanto, contrariando a reivindicação do ex-marido, Penélope Miranda decidiu se separar. “Ele a confrontou e disse que caso ela não pedisse para sair do comando, haveria separação. E ela, obviamente, não sucumbiu a essas investidas dele. E o relacionamento teve fim. Pouco tempo depois, ele passou a perseguir Penélope no sentido de tentar convencê-la a voltar. Diante de tudo que ela viveu no relacionamento e isso, quem nos trouxe foram familiares e amigos, ela não quis. Então, ele passou a persegui-la. Já tiveram algumas situações de ameaça, tanto que a própria vítima pensou em um dado momento pedir a medida protetiva”, reforçou Nathália Figueiredo.
Francisco Fernando e Penélope Miranda estavam separados há cinco meses e, ainda inconformado com o fim da relação, o guarda civil municipal viajou de Parnaíba até Teresina, onde matou a ex-mulher e o vereador Thiciano Pinheiro a tiros no Centro da capital piauiense no dia 27 de agosto. “O laudo cadavérico das vítimas nos trouxe diversas perfurações presentes no corpo delas, o que mostra justamente a crueldade, o ódio praticado pelo agente”, descreveu a delegada.
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