Polícia Federal cumpre mandados em endereços ligados ao senador Ciro Nogueira
A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (22/02) mandados na residência do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, e em outros endereços ligados ao político.
A operação, batizada de Compensação, foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, e investiga suspeitas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Tem como principal alvo o senador piauiense.
Residência e empresas do senador
Os mandados de busca e apreensão, sete ao todo, estão sendo cumpridos também em Brasília e em São Paulo. Na foto acima, a residência do senador, no bairro Santa Isabel, zona Leste da capital, onde os policiais chegaram logo às 6h.
A reportagem registrou ainda a presença das equipes na sede da empresa CN Motos, na zona Sudeste. Os carros oficiais, que inicialmente estavam estacionados na frente do prédio, foram em certo momento levados para o pátio interno da empresa. No local, os agentes não deram nenhuma informação sobre o andamento dos trabalhos.
Investigações
As denúncias contra o senador que deflagraram esta operação foram feitas por colaboradores do Grupo J&F, que afirmam ter repassado R$ 43 milhões ao Progressistas, em espécie e em doações oficiais, através do senador, em troca de apoio político na campanha de 2014, à campanha presidencial de Dilma Rousseff.
No pedido de investigação, a procuradora-geral Raquel Dodge diz que as vantagens direcionadas ao PP eram para que o partido apoiasse o governo nas eleições e, mais na frente, também “não agisse contra” a então presidente alvo de um processo de impeachment.
Ação prolongada
Até às 10h20 desta manhã ainda havia movimentação de agentes federais na residência do senador, em Teresina. No registro, o momento em que um dos policiais se aproximou do portão da casa.
Defesa alega “constrangimento” ao político
A defesa do senador Ciro, através do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay (foto abaixo), se manifestou ao site G1 apontando a operação como espetáculo. Diz que tal “constrangimento” poderia ser evitado com a intimação do senador e que o material hoje apreendido foi recentemente restituído pelo STF.
“A Defesa do Senador Ciro Nogueira vem denunciar, mais uma vez, o direito penal do espetáculo. O que está sendo apreendido nesta busca e apreensão é o que foi recentemente restituído pelo Supremo Tribunal em virtude de outra operação que não resultou em Ação Penal , o Supremo rejeitou a Denúncia,pois baseada tão somente na palavra de outro delator. Tal constrangimento poderia ser evitado com a simples intimação do Senador para prestar esclarecimento pois , é evidente, este sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário”, diz a nota.
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