OUTRO ‘BARRACO’: ‘Jurema’ também parou obras no Piauí
A Construtora Jurema, empresa pertencente à família do deputado federal e presidente do diretório regional do PMDB, Marcelo Castro, também parou obras em andamento, sob sua responsabilidade, no estado do Piauí. A paralisação teria acontecido em função de falta de pagamento dos valores constantes em contratos firmados entre as partes.
O problema acontece ao mesmo tempo em que outras empresas da área de construção civil, a exemplo da Sucesso, pertencente ao Grupo Claudino, estão retirando maquinário de canteiros de obras em diversos pontos do estado e com isso paralisando as ações que foram contratadas pelo governo. É outro ‘barraco’, como titulo a revista Veja ao repercutir a briga dos Claudinos com Wilson Martins (PSB)..
De acordo com informações, estão paralisadas 10 obras que estavam sendo executadas pela Construtora Jurema. A empresa parou obras de asfaltamento da rodovia entre Corrente e Parnaguá, Domingos Mourão até a divisa com o Ceará, rodovia BR-222 até o município de Domingos Mourão e BR-343 até o município de Jatobá.
Estão paradas, ainda, as obras de asfaltamento da rodovia PI-155 até a cidade de Buriti dos Montes, entroncamento da PI-140 aos municípios de São Lourenço do Piauí e Dom Inocêncio, Esperantina/Morro do Chapéu/Luzilândia, Curimatá e Júlio Borges, Sigefredo Pacheco, Lagoinha e seguindo até a PI-115, entre União e Miguel Alves, além de Buriti dos Montes até a divisa com o Ceará.
O portal 180graus vem informando desde o ano passado que a situação do estado é de quebradeira no âmbito das finanças. O “rombo” atualmente supera a casa do meio bilhão de reais. Maior prova disso é a atitude de empreiteiras. Em recente oportunidade, o presidente da Associação de Empresas da Construção Civil do Piauí, Andrade Júnior, afirmou que empresas tinham declarado falência por conta dos atrasos sistemáticos por parte do governo. Empresas pequenas não têm saúde financeira para suportar. Nem mesmo as grandes dispõem desta condição diante do grande volume de recursos que é devido pelo estado.
Entre as obras paralisadas de responsabilidade da Jurema, o 180graus esteve em pelo menos dois locais. Num deles, entre União e Miguel Alves, a paralisação prejudica o fluxo de veículos e gera reclamações. No outro, entre Esperantina e Luzilândia, passando por Morro do Chapéu, o asfalto foi removido e nunca foi recolocado porque o governo deixou de honrar os seus compromissos de ordem financeira. Hoje pela manhã, um prefeito anunciou rompimento com o governador Wilson Martins. Um grupo de vereadores em cidade próxima da capital organiza mobilização contra o governo por causa de paralisação de obra em rodovia.
Marcelo Castro é aliado de primeira hora do governador Wilson Martins. Ele era cotado para disputar o governo do estado dentro do arco de alianças do outrora blocão. Mantém o apoio ao governador em público mas nos bastidores existe um malestar muito grande por conta das dívidas do estado com empresa de seus familiares. O parlamentar não fala sobre o assunto. Ele diz que isso é com os diretores da empresa. Na Jurema, o assunto também é incômodo. Ninguém quer se pronunciar, pelo menos por enquanto.
O fato é que, diante da polêmica entre o governo do estado e a Construtora Sucesso, tornada pública por uma declaração crítica do chefe do executivo, outras empresas decidiram se manifestar em solidariedade à empresa do Grupo Claudino. A Cacique Pneus, a Soferro Ltda e a Marcosa divulgaram nota manifestando solidariedade à empresa com quem dizem manter relacionamento de negócios há vários anos sem qualquer tipo de problema.
Outras empresas devem se manifestar nos próximos dias porque o problema se agrava e apesar da negativa constante do governo percebe-se claramente a situação de crise econômico-financeira insustentável. Alguns políticos que se utilizavam deste discursod deixaram de fazê-lo em virtude da percepção que a sociedade tem hoje do problema e que em grande parte se deve ao trabalho jornalístico do 180graus em mostrar a verdade dos fatos. O autônomo José de Ribamar Almeida Passos entende que não existe problema político em se tratando desta questão. O problema é de ordem financeira porque se fosse político, apenas, empresas ligadas ao governo pela via da política não estariam abandonando canteiros de obras. O problema está relacionado com falta de pagamento. É o caso da Jurema.
Fonte: 180 Graus