Mão Santa denuncia corrupção eleitoral no Piauí e chama ministro de Lula de “bandido”
Isentando o Tribunal Superior Eleitoral de responsabilidade, o senador Mão Santa (PSC-PI) disse nesta segunda-feira (20), em plenário, que “nunca antes houve tanta corrupção eleitoral no Brasil como nas últimas eleições”. Segundo Mão Santa, no Piauí também funcionou o esquema de corrupção instalado no Ministério do Turismo, com o patrocínio de festas de carnaval fora de época, as “micarês”.
“ Eles pegam esse dinheiro para fazer carnaval fora de época, dão para o prefeito, aí cobram o abadá, ficam mais ricos. Não tem quem resista. O sujeito fazendo quatro anos essa aplicação”, denunciou o senador.
Mão Santa afirmou que as vítimas do rompimento do açude de Cocal ainda não receberam suas indenizações, mas na véspera das eleições o governo liberou recursos para fazer carnaval e caixa dois. Segundo o senador, o operador do esquema no Piauí foi o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de “um bandido lá do Rio Grande do Sul”.
“Esse Alexandre Padilha, arrumaram até uma mulher para ele lá, porque ele largou a família”, disse.
De acordo com o senador, verificando-se as verbas liberadas para carnaval fora de época em setembro e outubro, é possível saber que o esquema começou em Natal, capital do Rio Grande do Norte, e serviu de escola para os organizadores do Piauí. Ele também citou denúncia publicada pela revista semanal Época, sobre corrupção no governo do Piauí para alimentar um caixa dois de campanha eleitoral.
Mão Santa leu a reportagem informando que, a pedido do presidente Lula, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional aprovou um crédito de R$ 150 milhões para o Ministério do Meio Ambiente indenizar o governo do Piauí pela futura ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões, um dos maiores do país, no Sul do estado, com 502 mil hectares.
“Seria razoável supor que ambientalistas, ongueiros e outros defensores da natureza estivessem comemorando a decisão, pois a medida deverá incorporar 336 mil hectares aos limites atuais da Serra das Confusões. A iniciativa, porém, tem causado muito mais revolta que festa. O motivo é que uma região próxima, ambientalmente mais rica, preservada e sob ameaça de devastação, a Serra Vermelha, foi excluída do plano de proteção”, relatou.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) manifestou, em aparte, solidariedade às vítimas de um acidente ocorrido nas obras da ferrovia Transnordestina no município de Paulistana, no Piauí. Ele cobrou explicações sobre uma suposta ingerência do governador na subcontratação de uma empreiteira local.
O senador Marco Maciel (DEM-PE) também expressou sua solidariedade às vítimas do acidente e disse que tem acompanhado, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, as negociações para a preservação da Serra das Confusões. Maciel lembrou que está tramitando uma Proposta de Emenda à Constituição de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) para incluir a Caatinga e o Cerrado no rol de biomas protegidos pela Constituição.
Fonte: Agência Senado.