João Evangelista de Meneses, também conhecido como ‘Pezão’, que é um dos acusados do assassinato de Donizetti Adalto dos Santos, após pouco mais de dez anos da morte do Jornalista, já foi posto em liberdade pela Justiça.
De acordo com informações, ‘Pezão’, que é ex-policial civil, está em liberdade e foi visto nesta terça-feira (13), na sede do Sinpoljusp, onde entrou com um pedido de reintegração aos órgãos geradores da Polícia Civil do Piauí, na intenção de voltar a atuar nas ruas da cidade de Teresina.
Segundo ele, ‘está muito difícil continuar a vida, dar a volta por cima e começar tudo novamente, as pessoas são preconceituosas e a imprensa está sempre perseguindo’, disse João Evangelista a um policial que não quis ser identificado.
Juntamente com João Evangelista, outras pessoas foram acusadas do crime que chocou o Piauí em 1998: Ricardo Silva, o estudante universitário Sérgio Silva e o ex-comissário de Polícia Pedro Silva. Como intermediador foi apontado o assessor Brito Filho e o Advogado e ex-vereador Djalma Filho que foi apontado como mandante.
‘Pezão’ estava preso na Penitenciária de Vereda Grande, localizada no município de Floriano. Já Ricardo Silva, que está preso na Casa de Albergado, cumpre regime semi-aberto, onde passa o dia fora e à noite retorna ao local. Sérgio Silva foi solto no início deste ano.
Relembre o caso
Donizetti Adalto foi assassinado a tiros na madrugada do dia 19 de setembro de 1998, em uma emboscada na Avenida Marechal Castelo Branco, próximo à ponte da Primavera, a poucos dias do pleito em que concorria como candidato a deputado federal.
A Polícia Federal assumiu as investigações por existirem suspeitas de ser um crime político. Antes de ser morto, o jornalista deixou uma fita gravada em que dizia que se algo lhe acontecesse a culpa deveria recair sobre o então PFL (hoje DEM).
Donizetti era polêmico e não tinha medo de dizer a verdade e de denunciar falcatruas políticas. Sua fama veio através da forma com que fazia o jornalismo no Piauí, até então inovador. Dentro os vários bordões que viviam na ‘boca do povo’, o que mais caracterizou sua irreverência foi: “Morro e não vejo tudo!”, onde ele utilizava sempre que via algo de errado acontecer no Estado.
De acordo com a Polícia Federal, Djalma Filho planejou a morte de Donizetti por se sentir prejudicado politicamente. Djalma também era candidato a deputado estadual, mas as pesquisas mostravam o jornalista sempre à frente, com condições de ser eleito, enquanto Djalma não.
Djalma chegou a chorar sobre o caixão de Donizetti durante o velório no Ginásio Verdão.
Fonte: TV Canal 13