O porte de armas para agentes penitenciários é garantido por lei. Para exercer esse direito, o agente precisa ser submetido ao teste psicológico que, agora passa a ser realizado gratuitamente pela Secretaria Estadual de Justiça.
O porte de armas tem validade de três anos e é expedido junto à Polícia Federal. Todos os 752 agentes penitenciários do Piauí poderão fazer o teste, cujo laudo é encaminhado para a PF, através da Secretaria.
“Essa é a terceira vez que me submeto ao teste para renovação do porte de armas. Porém, é a primeira vez que não pago pelo serviço. Além de representar a valorização profissional, estou economizando cerca de R$ 450”, diz Flávio Ferreira, agente penitenciário há 15 anos.
O psicólogo Joel Ferreira, responsável pela aplicação do teste e expedição do laudo, afirma que em duas horas são avaliadas características ligadas à personalidade, atenção, raciocínio lógico e ajustamento emocional.
“Trata-se de um trabalho preventivo. O indivíduo que está passando por uma situação de estresse ou de depressão, por exemplo, não estará apto para portar uma arma”, explica.
A gerente de Gestão de Pessoas da Secretaria de Justiça, psicóloga Kelles Guimarães, diz que uma entrevista terapêutica é realizada antes da aplicação do teste.
“Esse primeiro contato, através da entrevista, faz uma análise de comportamento e pode detectar uma série de aspectos emocionais. Vale lembrar que o processo, incluindo o resultado presente no laudo, é sigiloso e o agente avaliado tem sua identidade preservada”, completa.
Para o secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira, a oferta do serviço reforça a política de valorização dos servidores, juntamente com os cursos de capacitação que vem sendo oferecidos, alguns em parceria com o Ministério da Justiça, através do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
“Já tivemos o primeiro Curso Nacional de Inteligência no Piauí e teremos outro curso em parceria com o Depen”, anuncia.
Os testes estão sendo realizados na sede da secretaria, das 8h às 13h30. Os agentes interessados devem agendar o atendimento junto ao Setor de Armas e Munição – SAM, que faz parte da Diretoria de Administração das Unidades Penitenciárias (DUAP). “Essa é uma reivindicação antiga dos agentes. Antes dependíamos da Secretaria de Segurança e da Polícia Militar”, frisa Avany Teixeira, que faz parte do setor.
CCOM