Acusado de matar esposa a pauladas na frente das filhas é condenado no Piauí
Valdenor Mendes dos Santos foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato da companheira, Maria Rosilene Ferreira Fernandes, ocorrido em 2009 na localidade Tranqueira, Zona Rural de Luzilândia.
O crime foi cometido na frente das filhas menores do casal.
Segundo os autos do inquérito policial, por volta das 16h30 do dia 18 de junho daquele ano, após uma discussão motivada por ciúmes, Valdenor tentou atirar contra Maria Rosilene usando uma espingarda. O disparo não a atingiu. Em seguida, ele arrastou a vítima para fora de casa e a agrediu violentamente com pauladas, causando ferimentos que levaram à sua morte, conforme atestado pelo exame cadavérico.
Testemunhas relataram que, mesmo ferida, a vítima foi encontrada ainda com vida, agonizando. As agressões, segundo o Ministério Público do Piauí, por meio da 1ª Promotoria de Luzilândia, foram praticadas com extrema crueldade, com a vítima incapaz de reagir ou se defender.
Após o crime, Valdenor foi até a casa da própria mãe e confessou o assassinato. Horas depois, ele retornou à residência armado e manteve as filhas reféns, impedindo a aproximação de vizinhos. Só por volta das 21h ele se entregou, ao ser convencido por dois moradores da região que o levaram à Delegacia.
O júri, realizado nesta segunda-feira (28), acolheu todas as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público: motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
A defesa tentou desclassificar o crime para lesão corporal seguida de morte, alegando que Valdenor tinha reduzida capacidade de compreender o caráter ilícito do ato. No entanto, o Conselho de Sentença acolheu integralmente a argumentação do Ministério Público.
A juíza Rita de Cássia da Silva, que presidiu a sessão, fixou a pena de 25 anos de reclusão em regime fechado, considerando o contexto de violência doméstica.
Segundo o promotor Diego Cury-Rad Barbosa, o Ministério Público atuou com firmeza na defesa dos direitos da vítima. “Prestamos um papel essencial de escuta e representação à família de Maria Rosilene e reafirmamos nosso compromisso com o enfrentamento à violência contra a mulher”, afirmou.