O delegado geral James Guerra rebateu as informações de que a Polícia Civil estivesse insinuando, ou mesmo declarando, que a morte da estudante Fernanda Lages seja um suicídio. Em entrevista, o delegado disse que em nenhum momento foi feita tal declaração, mas continua sendo cauteloso ao fazer qualquer declaração sobre o resultado das investigações sobre a morte da jovem de 19 anos encontrada morta no último dia 25 de agosto nas obras do Ministério Público Federal na avenida João XXIII, zona Leste de Teresina.
James Guerra se disse tranquilo quanto à lisura das investigações e ressaltou que ao se chegar no final do inquérito que será apresentado a justiça, a polícia civil terá cumprido seu trabalho. “Nestes dias vimos reportagens sobre a situação da perícia no Brasil. Estou tranquilo quanto a isso. Tenho certeza de que este será um dos inquéritos mais instruídos que já fizemos”, declarou.
Ele confirmou ainda a existência de DNAs distintos do de Fernanda Lages que foram encontrados no local do crime. Confirmou ainda que estes materiais, junto como amostras de saliva de algumas pessoas, foram enviados para exames na Paraíba. A partir destes resultados a polícia seguirá com as investigações.
“Já temos muito nestas investigações. Além da reconstituição que foi muito esclarecedora, temos as informações dos depoimentos, quebras de sigilos telefônicos da vítima e toda a movimentação telefônica daquele dia”, ressaltou James Guerra. Quanto a estes novos exames que estão sendo realizados, a previsão é de que os resultados saiam dentro de pelo menos 10 dias.
Fernanda Lages recebeu ligação telefônica 18 minutos antes de sua morte
A estudante de direito Fernanda Lages, de 19 anos, recebeu e atendeu uma ligação em seu telefone celular às 5h22 do dia 25 de agosto, data de sua morte, 18 minutos antes de seu falecimento. O autor da ligação está sendo investigado pela Cico (Comissão Investigadora do Crime Organizado), informou nesta segunda-feira o delegado geral da Polícia Civil, James Guerra.
Segundo ele, o telefone celular de Fernanda Lages parou às 5h40, que deve ser quando caiu ou foi empurrada no prédio da Procuradoria da República.
O delegado geral da Polícia Civil afirmou que está sendo feito um detalhamento das ligações telefônicas e o autor do telefonema foi ouvido pelos delegados da Cico e disse não estar perto do prédio da Procuradoria da República no Piauí.
“Ele foi ouvido desde o primeiro dia, apresentou sua versão, de que se tratava e nós estamos analisando esse depoimento com os demais. Ele apresentou sua versão e se a investigação constatar que se houve alguma contradição, aí a gente vai confrontar”, declarou James Guerra.
“Ele prestou informações. Nós o deixamos à vontade para que desse a versão dele, o nós estamos pegando é todas as provas e o s horários para saber o que aconteceu, de onde ele estava. Ele disse que não foi para o prédio, que não estava lá.Vamos fazer um confronto do que as pessoas estão dizendo”, disse o delegado James Guerra.
James Guerra diz que a Polícia Civil ainda não sabe porque Fernanda Lages estava no prédio da Procuradoria da República no dia de sua morte, 25 de agosto.
“Não sabemos dizer porque ela foi para o prédio”, adiantou.
James Guerra afirmou que nos computadores e no telefone celular de Fernanda Lages não existem fotografias ou vídeo de reunião de políticos e empresários em Fortaleza (CE). “Isso não aparece em nenhum momento da investigação”, declarou James Guerra em relação à hipótese de Fernanda Lages estar ou não fazendo chantagem sobre informações que teria de esquema de corrupção de órgão público no Piauí ou de esquema de tráfico internacional de mulheres.
A tese de morte por motivo passional também está cada dia mais frágil. James Guerra afirmou que pelas investigações feitas até agora Fernanda Lages não tinha nenhum relacionamento fixo ou que todos conhecesse. “Não tem uma situação de que ela formasse um casal, nós não temos isso. Ela não tinha relacionamento estável com ninguém”, acrescentou James Guerra.
Com informações do Cidade Verde/Portal Meio Norte
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