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Inicia nesta quinta em Teresina o Seminário sobre as Quebradeiras de Coco do Piauí

Quebradeiras de CocoTerá inicio amanhã (05) e vai se estender até a próxima sexta-feira (06), no auditório do INCRA, o I Seminário sobre Extrativismo do Território dos Cocais no Nordeste. Na ocasião serão apresentados os resultados de uma pesquisa que cadastrou e analisou a situação social e econômica de cerca de 10 Mil mulheres quebradeiras de coco babaçu de 12 municípios do Piauí.

Realizada pela GTZ, em parceria com o INCRA e com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), a pesquisa tem como objetivos formatar um banco de dados com informações sobre a realidade socioeconômica das quebradeiras de coco babaçu do Território dos Cocais/AG – 03, estudando as formas de exploração do babaçu e os níveis de comercialização envolvidos na atividade para, dessa forma, se traçar um plano de medidas efetivas de apoio e fortalecimento desta classe.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, a assessora técnica da GTZ Rejane Tavares, “a pesquisa surgiu para sanar lacunas de informações como número de mulheres quebradeiras de coco no território, produção, produtividade, grupos produtivos e tipos de produtos comercializados, essenciais para a elaboração de projetos de incentivo”.

Segundo ela, a falta de dados, de acesso e de acompanhamento técnico às quebradeiras de coco tem colaborado para que medidas públicas e privadas como capacitações, apoio financeiro para beneficiamento do babaçu e para compra dos produtos não cheguem até elas, contribuindo para a desvalorização do seu trabalho e deixando-as numa situação de pobreza econômica e social.

Estima-se que, apenas no Piauí, existam cerca de 16 Mil mulheres que realizam ou vivem apenas d o que conseguem com a quebra do coco. Com o babaçu, as quebradeiras produzem o azeite, o mesocarpo (farinha) e o carvão, além de utiliza-lo também em artesanato.

Porém, mesmo com essas possibilidades, as condições de trabalho são péssimas, o acesso aos babaçuais está cada vez mais difícil tanto pela desmatamento das áreas como pela proibição de proprietários de terras – que na maioria das vezes, cobram para permitir a retirada do coco nativo – o produto final não é valorizado, ficando a maior parte da renda nas mãos de intermediários e atravessadores.

A atividade da quebra do coco babaçu é tradicionalmente exercida por mulheres. No entanto, no Território dos Cocais, no Piauí, registra-se a presença de 27,4% de homens envolvidos diretamente com a quebra do coco babaçu, sendo a maioria na faixa etária de 30 a 45 anos.

Eles atuam ajudando as esposas e filhas, principalmente nos anos de maior escassez de chuvas, quando o babaçu passa a ter um papel fundamental na geração de renda da família. As mulheres correspondem a 72,6 % da mão de obra desta atividade e a faixa etária com maior incidência é de 18 a 45 anos.

Colaboração: Christianne Melo

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