As investigações do GRECO (Grupo de Combate ao Crime Organizado) revelaram que a morte do candidato a prefeito de São Julião, a 319 quilômetros de Teresina, foram encomendadas pelo valor de R$ 15 mil. O dinheiro seria pago em dois cheques, mas o pistoleiro Antônio Sebastião de Sá, conhecido como Antônio Virgílio, não aceitou a forma de pagamento e exigiu receber em espécie. A negociação aconteceu no final de 2012, durante a campanha eleitoral para prefeito da cidade.
Antônio Virgílio foi preso na ultima sexta-feira (15) na cidade de Alagoinha , a 379 km de Teresina. O acusado foi preso por volta de 5h da manhã e resistiu à prisão. Segundo o delegado Menandro Pedro, o pistoleiro já estava de malas prontas para fugir da cidade. Ele seria levado por um amigo identificado apenas como Gegê.
No mesmo dia foi preso em Picos, o vice-prefeito de São Julião, José Francimar Pereira, acusado de ser o mandante do crime, João Elísio e Wanderley José de Sá. Este último acusado foi baleado em 2012 durante uma tentativa de assassinato contra o vice-prefeito. O pistoleiro teria errado o alvo e atingido Wanderley, que foi candidato a vereador nas últimas eleições.
Nos depoimentos os acusados afirmaram que no dia 31 de janeiro passado Emídio Reis estava sendo monitorado por Virgílio e mais dois comparsas que continuam foragidos. Na tarde daquele dia a vítima saiu de seu endereço na cidade de Picos em direção a São Julião e foi seguido pelo pistoleiro e os comparsas.
Ao chegar ao bairro Junco tomou a estrada que leva ao município de Paulistana porque ia passar em uma gráfica para pegar alguns cartazes. Virgílio acabou passando pelo carro da vítima sem perceber que ele havia ficado para trás.
Foi então que decidiu voltar e reencontrou Emídio. Na margem da BR 020, no povoado Campo Grande, o pistoleiro mandou os outros dois criminosos seguirem viagem até Alagoinha e ficou na BR. Quando Emídio Reis passava na estrada Virgilio pediu carona e disse que queria ir até a cidade onde morava.
Ao chegar a Alagoinha a vitima foi dominada pelos criminosos e levada para a comunidade Lageiro Preto, onde foi espancado e baleado com dois tiros. Os três criminosos enterraram o ex-vereador e seguiram nos dois veículos. O carro da vitima foi abandonado na BR 020, a 12 km do local do crime.
A polícia está em busca dos dois comparsas de Virgílio e de outros envolvidos no crime. O delegado Menandro Pedro afirma que novas prisões vão ser feitas nos próximos dias.
“Ainda temos muito a investigar e por isso um delegado continua na região em busca de novos mandados de prisão expedidos pela Justiça”, disse o delegado.
Segundo a polícia, o grupo do qual faz parte o vice-prefeito Francimar, tinha atividades criminosas nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco e Alagoas. A organização atuava com agiotagem, compra de venda de veículos irregulares. Na região de Picos funcionavam como o auxílio financeiro de políticos locais que tomavam dinheiro emprestado. Há informações de que há prefeitos que devem até R$ 300 mil ao grupo criminoso.
Além de Francimar a polícia investiga um empresário que atua como um dos líderes da organização. Os quatro acusados de envolvimento no crime continuam presos em Teresina à disposição da justiça.
Fonte: Portal Az