Exclusivo: Médico explica através de Nota detalhes sobre morte de recém nascida
O Diretor do Hospital Regional Julio Hartman da cidade de Esperantina, Dr. Fabiano Ribeiro Soares, enviou uma Nota a redação do Jornalesp.com onde explica de forma detalhada todos os procedimentos usados antes da morte de uma recém nascida, ocorrida no último domingo (13). Confira na integra a Nota abaixo:
Venho através desta Nota informar sobre o fato ocorrido com a paciente Domingas Passos Silva no último dia 12 de março de 2011. A referida paciente deu entrada no Hospital Estadual Dr. Julio Hartman na manhã do último sábado, sendo por mim examinada às 10h25min, apresentando-se em Bom Estado Geral, com bolsa de líquido amniótica íntegra, dilatação o colo uterino de 4,0 (quatro) cm.
No entanto, decidimos por mantê-la internada para evolução do trabalho de parto, sendo acompanhada pelos auxiliares do plantão.
Por volta das 19:00 horas, as contrações uterinas aumentaram de intensidade e frequência, quando decidimos levá-la para a “sala de parto” para reavaliação do quadro clínico da paciente. Naquele momento, a paciente encontrava-se com contrações seguidas e frequentes, sendo que a mesma encontrava-se bastante ansiosa, pois era primípara, ou seja, primeira gestação. Junto com a equipe de enfermagem, procuramos acalmá-la e orientá-la com deveria ser o seu comportamento para a correta evolução do trabalho de parto, entretanto, a paciente não colaborava, apresentando um nervosismo excessivo. Por cerca de 1(uma) hora, tentamos de toda forma ajudá-la para que pudesse ter o parto normal, sendo que o feto chegou até o colo uterino, sendo que este chegou apresentar dilatação de 8,0(oito) centímetros, ou seja, próximo do fim do trabalho de parto. Mas a mesma, já apresentava sinais de cansaço físico e mental excessivo, não atendendo às solicitações do médico e da equipe de enfermagem. Neste momento, decidimos então encaminhá-la ao Hospital Estadual em Luzilândia, para o procedimento de cirurgia cesariana.
Na saída da paciente, a mesma foi novamente examinada, assim como o feto, sendo os sinais vitais de ambos mantidos estáveis, sem qualquer alteração.
Ao chegar em Luzilândia, a paciente foi recebida pelo Dr. Sabóia que, prontamente a reavaliou e decidiu que, pelas condições de cansaço e esgotamento físico, deveria realizar a cirurgia cesariana, às 21h30min do sábado. Tal procedimento transcorreu sem anormalidades, com o feto sendo retirado com vida e em boas condições, assim como a mãe após o procedimento cirúrgico.
Durante todo o resto da noite, e por todo o dia de domingo o recém-nascido permaneceu em boas condições, apresentando-se ativo e reativo aos estímulos provocados. Por volta das 22:00 horas ( vinte e duas horas) do domingo, ou seja, 24( vinte e quatro horas) depois da cirurgia, o recém-nascido evoluiu a óbito.
Neste momento, como profissional médico entendo a dor da família e, principalmente, da mãe pela perda prematura da sua filha. Mas gostaria de deixar bem claro que em nenhum momento, agimos de forma “irresponsável” ou leviana para com a paciente. Utilizamos de todos os meios possíveis para que a mesma pudesse ter a sua filha através de parto normal, sem utilizar de força excessiva ou qualquer tipo de agressão. Utilizamos de todos os meios para manter a integridade física do feto, sem provocar qualquer trauma ao mesmo.
Para finalizar, alguns esclarecimentos devem ser feitos: a referida paciente realizou apenas 1(uma) consulta de pré-natal, sem qualquer exame laboratorial e/ou ultrasonografia gestacional realizada durante a sua gestação, sendo que o mínimo de consultas estabelecido é de 10(dez); tal pré-natal é importante para que a equipe do Programa Saúde da Família – PSF oriente à gestante sobre como deve ser o seu comportamento durante o momento do parto, deve tirar todas as dúvidas sobre os cuidados de gestação, os riscos que a mãe e o feto podem correr, assim como também é importante para que o médico possa se orientar durante o trabalho de parto, como foi a gestação da mãe para que possa cercar-se de todos os cuidados.
Oriento para que a família proceda a realizar um exame de corpo e delito no Instituto Médico Legal – IML, em Teresina, para que possa ser esclarecido se houve qualquer agressão à paciente, assim como sugiro à Autoridade Policial que solicite uma necropsia no recém-nascido para que se possa esclarecer se houve realmente fraturas no feto por conta do trabalho de parto.
Sem mais ao momento, envio minhas condolências à família.
Dr. Fabiano Ribeiro Soares Veja outra matéria relacionada a esse assunto:
Gostaria aqui de fazer algumas observações quanto a nota do Senhor Diretor Fabiano.
Ao ler a nota, podemos ver q o senhor, bem como a equipe de enfermagem, fizeram as condutas cabíveis frente a situação. Sabemos que, seria mais PRUDENTE, ter enviado a gestante para realizar o parto na maternidade de referencia (Envagelina Rosa), tendo em vista que 1º gravidez de risco. 2º ausencia de no minimo 6 consulta do pre-natal ( recomendavel pelo MS PNPH). 3º e para finalizar, AUSENCIA DE MATERIAL para CESAREA. Nobre diretor, nosso hospital é “REGIONAL”, porém a resolutividade é minima! tem que mandar uma cesaria para Luzilandia, PACIENCIA! nao adianta aqui ficar jogando a culpa para O PSF, que por sinal tambem deixou a desejar. CAda qual tem que fazer sua parte.
Uma vida foi perdida agora é tarde para se dar tantas explicações, acho engraçado porque esse médico não fez então o que o doutor Sabóia fez em Luzilândia, sabendo que essa moça tinha dificuldades por ser tão jovem e ser mãe pela primeira vez então porque não tomou as medidas certas, na minha opinião tem muitos profissionais bons, mais infelizmente tem alguns que estragam sua profissão. Doutor Lisboa, Dr. Joe e Dr. Almir são médicos de respeito e experiência infelizmente não tinha nenhum nesse momento. Uma observação: erros são humanos etc. Agora errar em cima de uma vida humana é questão séria a ser discutida. Principalmente na sáude pública.
Conheço o Dr. Fabiano, sei de sua seriedade como profissional, considero improvável que tenha ocorrido qualquer negligência.
Contudo, é lamentável que, pelo que li, não houve condições de realização de uma cesariana no Hospital Julio Hartman. É preciso explicar as investidas, e creio que fizeram, junto ao governo do estado para dotar o município de condições de realização de uma cesariana. Se tem equipamentos e pessoal qualificados, por que a parturiente fora encaminhada para Luzilândia? É sabido as condições da estrada, e no mínimo o sofrimento que ia causar à paciente.
TENHO UMA PERGUNTA AO DR. FABIANO.
Porque Dr. você na 1ª materia sobre o caso falou que a paciente já tinha chegado ao hospital com a bolsa estourada e nesta matéria você fala que a mesma estava com a bolsa normal? esta sua contradição me deixa preocupado, pois antes falou uma coisa e depois fala outra.
LISBOA – TÉC SEGURANÇA DO TRABALHO – SP
SOU CONSELHEIRA TUTELAR EM BRASÍLIA DF; E FIQUEI PERPLEXA AO LER ESTA REPORTAGEM. UM HOSPITAL PÚBLICO NÃO DISPOR DE CONDIÇÕES PARA REALIZAR UMA CESÁRIA? ME SURPREENDE TAMBÉM A DEMORA DO MÉDICO EM TOMAR A DECISÃO DE ENCAMINHAR A PARTURIENTE AO HOSPITAL MAIS PRÓXIMO PARA REALIZAR OS PROCEDIMENTOS CABÍVEIS NO MOMENTO.PORQUE TANTA DEMORA PARA ESTA DECISÃO? NÃO SERIA OMISÃO? E AÍ COMO FICA? SERIA O MÉDICO O RESPONSÁVEL? OU O ESTADO?
Um verdadeiro absurdo, isso ai. Será que alguém vai tomar alguma providencia nesse caso? foi perdida uma vida humana.