O estudante de Direito Alexandre Mira, que teve um mandado de prisão decretado pelo Juiz de Batalha, Dr. Luis Moura, acusado por um dos envolvidos de ter participado do assalto a uma secretária da Granja Alvorada, que transportava dinheiro e cheques, concedeu através da internet, uma entrevista exclusiva a Folha de Batalha, falando sobre esse crime. Além de Alexandre, também conversamos com o seu advogado Leôncio Coelho.
Indagado sobre o fato, Alexandre disse que não conhece o assaltante que o denunciou e nunca teve contato com o mesmo. Disse ainda que quem o conhece, sabe que seria incapaz de cometer qualquer espécie de delito, além de que é um estudante que tem um futuro pela frente e jamais iria jogar fora isso. Além do mais, essa granja pertence a uma pessoa ligada ao Dr. Antonio Lages, e que o ex-prefeito seria a última pessoa que ele trairia nesse mundo.
“Desafio em cima dessa terra ou na lua algum ser humano ou extra terrestre que já tenha me visto com esse acusado. tenho varias testemunhas que no dia do ocorrido estavam bebendo comigo e você como estudou sabe disso: Que um corpo não ocupa dois espaços ao mesmo tempo”, disse Alexandre.
Perguntado se provado sua inocência, ele iria entrar com uma ação contra o estado, o estudante respondeu que pretende provar sua inocência primeiro para as pessoas que gostam e acreditam nele. Quanto a algum tipo de ação, deixará a cargo de seu advogado.
“Vivi em Teresina por 25 anos e nunca andei sequer em uma delegacia nem para registrar queixa”, falou o estudante.
Alexandre falou ainda que, se era suspeito desse crime, porque nunca foi chamado na delegacia para depor? Ele achou muito estranho esse procedimento adotado pela justiça.
Perguntado pelo FB se ele alegava inocência, o estudante foi incisivo: “Alego não, eu sou inocente. Nesse caso, é a palavra dele contra a minha”, falou Alexandre.
Quando perguntamos sobre quando ele iria se apresentar a justiça, o estudante disse que está esperando a hora certa.
O estudante finalizou pedindo que o FB colocasse uma foto dele, pois fazia questão pelo fato de não dever a ninguém.
Já o advogado do estudante, Leôncio Coelho, especialista em Direito Penal e advogado também do Cel. Correia Lima e do pessoal acusado da Chacina da Meruoca disse ao FB que existem vários princípios que norteiam o processo como um todo, e um deles é o princípio da inocência ou o da não culpabilidade, ou seja, ninguém pode ser considerado culpado até que tenha uma sentença penal final. Disse ainda que ninguém pode ser preso ou continuar detido quando se tem a liberdade provisória, e que a prisão é uma medida extrema.
“Quem tem residência fixa, emprego definido, bons antecedentes e é primário, pode e deve responder qualquer processo em liberdade, mesmo o preso em flagrante. Imagine se mesmo aquele detido em flagrante tem direito a liberdade, quanto mais quem não foi preso com absolutamente nada”, disse o advogado.
Perguntado sobre a delação premiada que beneficiou o assaltante Pardim que denunciou Alexandre, Leôncio disse: Delação Premiada! Isso é um acinte. Por vezes o “delator” conta mentiras para se safar. Fala algo diferente do normal, porque ninguém, a não ser ele – o delator – sabe da verdade. Aí ele diz qualquer nome ou um nome que é conhecido e têm-se o mal.”
Para exemplificar o que disse, o advogado deu um exemplo de um caso que aconteceu com ele: ” tive um processo que o preso em troca dessa tal delação indicou que um jovem havia morto um sobrinho da Desembargadora Nelma Sarney de São Luis. No julgamento, ele se arrependeu e disse que havia mentido. Por isso devemos ter muito cuidado com esses jovens porque são marginais, são acostumados a mentir e porque podem obter benesses”.
Leôncio ainda fez algumas explanações sobre o caso: Em matéria penal, os fatos não são isolados. A prova penal é algo de mais sério que existe no Direito, posto que dela depende o futuro de um cidadão. Então a prova deve ser bem constituída. Meros indícios não são provas! Meras ilações sem a devida conectividade probatória de nada serve. No caso em tela, o que se tem é a palavra de um criminoso confesso contra a um jovem estudante de Direito. Mesmo que se tenha antipatia por ele, não há nada que o ligue a cena do crime.
Perguntado sobre quanto o jovem estudante se apresentará à Justica, o advogado disse que ele já manifestou essa vontade e que já apresentou um pedido de liberdade ao juiz e espera somente pela resposta, pois já anexou ao pedido o comprovante de endereço, de ocupação lícita e comprovante junto ao Tribunal de Justiça do estudante em ser réu primário.
O advogado finalizou dizendo: ” E segundo me informaram, parece que não estão querendo receber esses documentos. Creio que não seja verdade. Acredito que o Cartório ou Secretaria recebera meu pedido completo, com todos os documentos que enviei. Amanhã (06) vou falar com o escrivão ou secretário, pois acho que deve haver um mal entendido, posto que os documentos são a comprovação do argumentado na petição, não pode o Cartório deixar de receber sob pena de nulidade, de arbítrio. Mas caso neguem, já tenho um hábeas corpus pronto para ingressar no Tribunal de Justiça do Piauí.
Fonte: Folha de Batalha