Espanha para “futebol bonito” da Alemanha e vai à final pela 1ª vez
Em sua melhor exibição na Copa do Mundo, a Espanha dominou a Alemanha nesta quarta-feira, no Estádio Moses Mabhida, em Durban, e venceu por 1 a 0 para chegar à final pela primeira vez em sua história. O zagueiro Carles Puyol foi o herói ao marcar de cabeça o gol da classificação. O futebol rápido e envolvente dos alemães, que rendeu goleadas sobre Inglaterra e Argentina nos últimos jogos, não apareceu na semifinal.
Com a vitória histórica, a Espanha enfrentará a Holanda em uma final inédita de Mundial, no próximo domingo, no Estádio Soccer City, em Johannesburgo. Já a Alemanha terá o consolo de disputar a decisão do terceiro lugar contra o Uruguai, no sábado, em Port Elizabeth.
Os dois times tiveram uma mudança cada entre os titulares. Os alemães não puderam contar com o suspenso Thomas Müller, que deu lugar a Trochowski na meia direita. Do outro lado, o técnico Vicente del Bosque barrou Fernando Torres, que vinha tendo apresentações apagadas, para a entrada do jovem Pedro; com isso, a seleção ficou com nada menos que seis jogadores do Barcelona.
A partida começou com os espanhóis mantendo facilmente a posse de bola, e a primeira chegada de perigo veio aos 5min. O artilheiro David Villa recebeu passe em profundidade na área, mas foi bem abafado pelo goleiro Neuer. A Alemanha tinha dificuldade para trocar passes e ficou apenas se defendendo nos primeiros minutos.
Ao seu estilo, a Espanha tocava a bola pacientemente até aparecer uma brecha. Aos 13min, Iniesta cruzou da direita e o zagueiro Puyol mergulhou de cabeça, mas mandou por cima da meta. Cinco minutos depois, Sergio Ramos recebeu lançamento longo na direita e bateu do bico da área, mas isolou.
Retraída no campo de defesa, a Alemanha buscava explorar o contra-ataque, mas não conseguia acertar os passes. O ritmo da partida era lento, e a primeira falta do jogo veio só aos 26min, quando Sergio Ramos derrubou Podolski no meio de campo. Só a Espanha finalizava: aos 29min, Xabi Alonso arriscou de longe e mandou à direita do gol.
O primeiro chute a gol alemão veio só aos 31min, quando Trochowski bateu rasteiro de longe e obrigou Casillas a espalmar para escanteio. Pouco a pouco, os comandados de Joachim Löw foram equilibrando a posse de bola, mas pouco ameaçavam o gol espanhol. O último lance de perigo do primeiro tempo foi um chute forte de Pedro da intermediária, que Neuer segurou firme.
As equipes voltaram do intervalo sem alterações, e o panorama do jogo não mudou. Aos 3min, Pedro fez grande jogada individual pela ponta direita e tocou para Xabi Alonso na entrada da área, mas o chute do camisa 14 foi para fora. Alonso voltou a arriscar de longe no minuto seguinte, desta vez de pé esquerdo, e errou o alvo novamente.
Os espanhóis mantinham completo controle do andamento do jogo. Aos 9min, Xavi serviu David Villa e o atacante bateu de primeira, à direita do gol. Três minutos depois, um bombardeio: primeiro, Pedro chutou de longe e exigiu grande defesa de Neuer; na sequência, Iniesta escapou pela esquerda e bateu cruzado, mas Villa chegou atrasado para tocar para as redes; depois, Pedro tentou novamente de longe e mandou para fora, com perigo.
Villa apareceu em boa jogada individual aos 22min, mas parou em boa defesa de Neuer. A Alemanha finalmente respondeu no minuto seguinte: após cruzamento de Podolski da esquerda, Kroos apareceu livre na segunda trave, mas chutou fraco e facilitou a vida de Casillas. Foi apenas a segunda finalização certa dos alemães na partida.
O amplo domínio espanhol foi recompensado de um jeito pouco característico: na bola parada. Aos 27min, Xavi bateu escanteio pela esquerda e Puyol subiu para cabecear firme, enfim estufando as redes alemãs em Durban, em uma falha de marcação dos tricampeões mundiais.
A Alemanha se lançou para o ataque depois do gol e finalmente teve um pouco de posse de bola, com o time espanhol recuando para segurar a vantagem. Joachim Löw foi para o tudo ou nada ao colocar o centroavante Mario Gómez no lugar do volante Khedira, enquanto Del Bosque substituiu Villa por Torres no ataque.
Em um rápido contra-ataque, a Espanha teve a chance de matar o jogo aos 36min. Porém, Pedro foi egoísta e tentou a jogada sozinho – em vez de passar para Torres, que estava livre na área – e acabou desarmado. Pouco depois, o atacante do Barcelona deixou o campo para a entrada de David Silva. Os espanhóis se seguraram até o apito final e conquistaram a classificação inédita.
Fonte: Meio Norte