Pingando suor, militantes, políticos e jornalistas assistiram, na tarde desta quinta-feira (15), a renuncia do secretário da Fazenda Antônio Neto à pré-candidatura do PT ao governo em 2010. O anúncio feito na sede do partido, em Teresina, arrancou lágrimas do próprio Neto e do secretário de Educação Antônio José Medeiros, que herda a missão de emplacar a candidatura petista.
Pesquisas de opinião encomendadas pelo PT mostraram que o nome de Antônio Neto não cresceu entre o eleitorado, distanciando cada vez mais o partido da disputa rumo à sucessão do Governo do Estado. “As pesquisas apontavam que o meu nome não teve uma avaliação tão positiva e o partido viu a necessidade de debater um outro nome”, explica o secretário da Fazenda.
“Eu sou um homem de projetos; nunca coloquei meus interesses pessoais acima dos interesses do partido e eu não poderia tomar outra atitude que não fosse essa de reconhecer a análise do partido e declinar de meu nome para o apoio de Antônio José Medeiros”, discursou Antônio Neto.
Antônio José Medeiros entra em uma corrida que já começou. Enquanto Marcelo Castro (PMDB), Wilson Martins (PSB) e João Vicente (PTB) assumiram suas pré-candidaturas há meses e estão em campo, em busca de apoios, o PT para no meio do processo, repensa as táticas e recomeça.
O PT trocou de Antônio por entender que o Medeiros “tem mais experiência e traquejo político” e por que, nesse momento, “é o nome melhor avaliado”, justifica Neto. A ideia é tornar, o quanto antes, o PT um protagonista com mais força de negociação.
O diálogo com a base aliada, garante Antônio José Medeiros, é o que vai pautar a pré-candidatura petista. Para emplacar a cabeça da chapa da situação em 2010, o PT adotará uma meta e uma estratégia: conquistar o apoio popular – “É isso que nos vai fazer ser respeitados pelas outras forças que compõem o grupo”, prevê Medeiros – e mostrar as obras que o governo está fazendo.
“O PT tem que ser o fermento, tem que ser o que decide, porque tem a capacidade de agregar todas as outras coisas. Vamos caminhar juntos. É importante que o PT veja a responsabilidade de manter o bloco que vem junto desde 2002”, considera o secretário de Educação.
Quando encerrava o discurso, Medeiros ainda mandou um recado para os aliados. O destinatário para ser o vice-governador Wilson Martins, pré-candidato do PSB. “Os aliados têm a obrigação política e moral de garantir que o Wellington Dias possa sair do governo e garantir com tranqüilidade a candidatura ao Senado.”
O deputado estadual Fábio Novo, presidente do diretório estadual do PT, diz que o partido vai brigar para encabeçar a chapa majoritária. “Mas isso sem impor nada.” E vai além: afirma que o governador vaia abraçar a pré-candidatura “ A candidatura do PT o governador vai abraçar, porque ele sabe que estamos nos esforçando para viabilizar o nosso nome.”
Mudança não enfraquece Antônio Neto
O PT reconheceu publicamente que Antônio Neto não tornou-se um nome viável para concorrer ao governo em 2010. As pesquisas mostraram isso. A troca de pré-candidatos enfraquece politicamente o secreário da Fazenda? “Acho que não. Ele se tornou mais conhecido, foi aí que começaram a vê-lo não só como um administrador, mas como político e eu acho que isso vai ajudá-lo na sua carreira futura. E é bom para o PT”, avalia Antônio José Medeiros.
Demonstrando nenhum abatimento, Antônio Neto diz que sai do processo maior que entrou. “Nesse processo eu fiz muitos amigos, tive muitos apoios, pude me relacionar com várias pessoas, conheci o meu Estado, conheci mais os problemas do Piauí e isso vai ter reflexos na minha vida pública e na minha vida pessoal como cidadão.”
Indiretamente, Medeiros prenunciou que o companheiro será candidato a algum outro cargo. Olhando pra Antônio Neto, ele falou: “Se prepare, você não poderá fugir… Tarefas lhe serão dadas… Quem sabe nessas eleições.” E o secretário da Fazenda diz que estar pronto para enfrentar qualquer missão. “O que o partido decidir por mim eu acatarei. Estou aberto a qualquer decisão do meu partido. Todo desafio que o partido me propôs eu aceitei; eu não temo nenhum desafio do meu partido nem da sociedade.”
Medeiros não sabe até quando fica no governo
Antônio José Medeiros ainda não avaliou até quando ficará na secretaria da Educação. “Cada coisa tem o seu momento. Nesse momento nós estamos seguindo a decisão do partido… o importante era esse anúncio”, fala.
Dezesseis dias. É o tempo que ele julga suficiente para dialogar com o governador Wellington Dias e com o PT e traçar o seu destino como gestor. No dia 31 de outubro a candidatura de Medeiros será homologada em uma reunião do diretório estadual. Até lá ele terá decidido se deixa a Educação logo, se aguarda até o final do ano ou se permanece frente a pasta até março. “É uma coisa que vai ser discutida, mas ainda está em aberto”, lembra.
Saúde frágil?
Sob protesto dos companheiros petistas, Antônio José Medeiros voltou a falar em seu estado de saúde. “É a última vez”, prometeu. Problemas médicos o impediram de levar até o fim a disputa interna que travava com Antônio Neto pela pré-candidatura do PT. Medeiros jogou a toalha em janeiro deste ano. Agora, com a reviravolta, o discurso é outro: “Nenhum político é burro em dizer que está com problema de saúde sem está. Não tenho mais problema nenhum. E foi por isso que aceitei o convite do governador para entrar no time dele, o Ki lapa de Bucho (KLB).”
Fonte: PortalAZ
Entregou…por livre e expontãnea pressão. quem é que tá prestes a agarrar no peito, que solta sem um “pequeno” empurrão? quem?! hen?
Graças adeus tá chegando a hora de vivermos livre dessa ditadura ptista.