A Polícia Federal realizou na manhã da última quarta-feira (20/08) em Teresina, a operação policial intitulada de “Sorte Grande” para cumprir mandados de busca e apreensão e de conduta coercitiva, para interrogatório, de componentes do grupo do empresário Paulo Guimarães.
O empresário é investigado pela prática de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro em associação criminosa. O responsável pela investigação é o delegado Carlos Alberto Nascimento.
Segundo o Procurador Marco Tulio Lustosa, o inquérito iniciou em 2006 e o rombo pode chegar a R$ 900 milhões. 12 pessoas do primeiro e segundo escalão das empresas foram levadas pela Polícia Federal e estão sendo ouvidas. Duas pessoas em São Paulo, que foram as conduções coercitivas, uma na cidade de Timon, no Maranhão e nove em Teresina.
O empresário Paulo Guimarães é umas das pessoas conduzidas coercitivamente à Polícia Federal para interrogatório em São Paulo.
Mais de 50 empresas estão sendo investigadas, sendo que em apenas duas delas o rombo é de R$ 25 milhões. Segundo o delegado de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Carlos Alberto Nascimento, a Interpol também está no caso porque há indício de lavagem de dinheiro no exterior.
Durante entrevista coletiva, a polícia informou que medidas serão tomadas no sentindo de indisponibilidar os bens dos envolvidos para que não possam movimentar.
O grupo atua nas áreas de comunicação, Grupo Meio Norte (rádio, TV e jornal), venda de veículos, empreendimento imobiliários, educação (faculdades) e de saúde (hospitais e operadoras de plano de saúde), principalmente nos estados do Piauí e Maranhão.
Segundo a Receita Federal, as investigações demonstraram que, utilizando-se de “laranjas” e de empresas offshores sediadas no paraiso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, o grupo realizou sucessivas mudanças nos quadros societários das empresas devedoras do fisco para afastá-las de seus verdadeiros proprietários e transferiu os seus ativos para novas pessoas juridicas, também constituídas com o emprego de “laranjas” e offshores, deixando as devedoras “desmontadas”, apenas com as dívidas.
Para evitar o efetivo pagamento dos débitos tributários e impedir a persecução penal em desfavor dos responsáveis, os envolvidos nas fraudes aderiram a programas de recuperação fiscal, legalmente previstos em conformidade com a Receita Federal, arrolando, em garantia, bens de baixos custos, com o que conseguiam estabelecer parcelas mensais, cujo pagamento integral nunca será concretizado.
Os mandados de busca e apreensão foram realizados em 14 locais em Teresina, entre eles Hotel Blue Tree e as concessionárias Alemanha e Canadá Veículos em Teresina, pertencentes ao grupo do empresário, além de residências e escritórios.
Confira abaixo nota da Polícia Federal
NOTA À IMPRENSA
À Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 20/08/2014, em ação conjunta com a Receita Federal do Brasil, a Operação “SORTE GRANDE”, com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão e de conduta coercitiva, para interrogatório, de componentes de um grupo empresarial de grande porte com sede no Estado do Piauí, pela prática de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro em associação criminosa.
Teresina/PI, 20de Agosto de 2014.
Assessoria de Comunicação/SR/DPF/PI