Elmano Férrer é eleito senador com 62% dos votos
O ex-prefeito de Teresina, Elmano Férrer – O Vein Trabalhador (PTB) conquistou a vaga de senador do Piauí para o mandato de 2015 e 2023 com uma votação de 963.337 votos (62,26%), segundo o Tribunal Superior Eleitoral, com 2.306.044 votos apurados, 98,36% do total. Seu principal adversário, o ex-governador Wilson Martins (PSB), obteve 553.113 votos (35,75%). Em terceiro lugar vem Gustavo Henrique (PSC), que obteve 18.887 votos (1,22%), seguido de Geraldo Carvalho (PSTU), que obteve 8.171 votos (0,53%); e do Professor Clodoaldo 3.756 votos (0,24%). As abstenções ficaram em 438.080 (19,00%), os votos brancos ficaram 107.290 (5,74%) e os votos nulos somaram 213.410 (11,42%).
Elmano Férrer consegui o feito de ser o primeiro a derrotar um governador do Piauí que saiu do cargo para disputar uma vaga no Senado, no caso, Wilson Martins..
Elmano Férrer diz que vai lutar no Senado por redução do impostos para o cidadão e vai buscar recursos para o Piauí Eleito senador do Piauí para os anos de 2015 a 2023, o ex-prefeito de Teresina Elmano Férrer (PTB) disse , em entrevista exclusiva ao Jornal Meio Norte, que vai lutar por reforma tributária para reduzir a carga de impostos para o cidadão. Ele prometeu também buscar recursos para o Piauí com inclusão de projetos no Orçamento Geral da União.
Meio Norte – Como será sua posição no Senado como representante do Piauí?
Elmano Férrer – Será de absoluto compromisso com os interesses do Estado, em primeiro lugar, e de alterações necessárias em diversos aspectos da vida política e administrativa do país. Cito como exemplo a necessidade de uma reforma tributária, que não somente resulte em menor carga de impostos sobre a produção, como simplifique a vida das empresas e dos empreendedores individuais. Na entrevista que anteriormente concedi ao Jornal Meio Norte, eu disse que sou um trabalhador e no Senado vou fazer o que sempre fiz: trabalhar pelo Piauí. Como o senador representa, além do povo, o próprio Estado, será meu papel e dever trabalhar para que todos os projetos de desenvolvimento contemplem nosso Piauí. Assim, quero ser no Senado o que fui como prefeito de Teresina: alguém que tira projetos do papel e os transforma em obras e benefícios para a maioria das pessoas.
Meio Norte – Apesar de ter sido votada pelo Senado a distribuição dos royalties do petróleo para Estados e municípios ainda está dependendo da Justiça. Como senador, qual vai ser sua atuação nesta questão?
Elmano Férrer – Penso que devemos seguir a proposta de destinação de parte dos recursos para educação e saúde, que são hoje as duas maiores fontes de despesas dos municípios, que estão sufocados por isso. Então, se esse dinheiro chega faz uma enorme diferença, porque melhora esses dois serviços e isso resulta em mais qualidade de vida das pessoas.
Meio Norte – Na próxima legislatura, os senadores e deputados estaduais poderão ter que votar projeto de legalização de drogas como a maconha. Qual será sua posição?
Elmano Férrer – Recentemente o senador Cristovam Buarque concluiu um parecer favorável a projeto que libera o uso terapêutico da maconha, mas não foi conclusivo sobre uso recreativo desta droga. Penso que não deve haver legalização, porque isso não vai reduzir o tráfico. O tráfico se move à margem da lei e para um traficante não importa se existe um mercado legal de drogas. Ele vai continuar traficante independente de a droga ser legalizada ou não. Legalizar a maconha apenas vai fazer com que haja um mercado formal e um mercado paralelo da droga, o que pode elevar o consumo e, claro, os gastos com tratamento.
Meio Norte – Os deputados e senadores vêm denunciando o que seria uma interferência do Poder Judiciário no Poder Legislativo. O senhor também percebe isso e como essa interferência pode ser evitada?
Elmano Férrer – Bem, sabemos que em uma democracia os poderes são independentes e harmônicos. Quando o Judiciário toma decisões que terminam por regulamentar temas polêmicos, como foi o caso da união civil de pessoas do mesmo sexo, a fidelidade partidária, pesquisa com células tronco. Penso que as decisões do Supremo não interferiram na ação do Congresso. Elas apenas resultaram de demandas da sociedade, que, aliás, o Congresso precisa apreender e compreender, de modo que seja mais ágil para votar leis que regulamentem esses pontos.
Meio Norte– Em que termos, o senhor defende uma reforma política?
Elmano Férrer – Penso que será preciso discutir seriamente a reforma política e que ela precisa refletir não o interesse de um político, de um grupo político ou de um partido político, mas a média dos interesses da sociedade. Por isso, é conveniente primeiro saber o que quer a sociedade para depois adotar uma posição mais firme a respeito de temas como financiamento público exclusivo de campanha, voto distrital ou de lista fechada, fidelidade partidária e cláusula de barreira.
Meio Norte – Qual sua opinião sobre uma convocação de uma Constituinte para fazer a reforma política? A ideia de uma constituinte para reforma política é ruim, porque essa tarefa pode ser feita pelo Congresso se houver disposição para tanto.
Elmano Férrer – Ademais, uma Constituinte não parece ser algo eficiente se focada em um só tema. Parece mais adequado que se convoque uma Constituinte com ou fim de se alterar mais temas contidos na Constituição. Há em uma Constituinte exclusiva o risco de se querer sair do tema e avançar para reescrever toda a Constituição, algo que não parece adequado para o momento.
Meio Norte – Qual sua opinião sobre o financiamento público das campanhas eleitorais e sobre a proibição do financiamento das campanhas eleitorais pelas empresas?
Elmano Férrer – A proposta de financiamento público de campanha é uma boa intenção. Resulta de ideia de que isso põe fim ao caixa dois para financiar as campanhas. Então, quem propõe o financiamento público exclusivo e a proibição de que empresas contribuam para as campanhas políticas parece acreditar que isso vai, por milagre, acabar o caixa dois. Porém, o que acaba o caixa dois é a eficiência da fiscalização. A mim parece adequado é que haja uma legislação que reforce a fiscalização e a transparência das doações, o que implicaria, por exemplo, em se legalizar a atividade de lobby no Congresso Nacional, porque a sociedade é formada por uma miríade de interesses que podem e devem ser representados legitimamente no Congresso Nacional.
Meio Norte – Seu primeiro discurso no Senado vai tratar de qual tema ou assunto?
Elmano Férrer – Ainda não parei para pensar sobre o assunto, porém penso que o tema deverá estar voltado para o desenvolvimento econômico do país, um tema ao qual sou afeito por minha atividade de planejador. Desenvolvimento cabe a defesa de escola de tempo integral, de reforço da pesquisa agropecuária e de aumento dos recursos para ciência e tecnologia.
Meio Norte – O senhor é contra ou a favor do aborto?
Elmano Férrer – Respeito a legislação que está aí.
Meio Norte – Qual sua visão sobre a união homossexual?
Elmano Férrer – Para mim essa é uma questão que está bem resolvida pela decisão do Supremo Tribunal Federal que autoriza a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Então, legalmente um casal homoafetivo pode se unir, com garantias de direitos de herança, previdência social e de compartilhamento de direitos. Há ainda questões como a adoção de crianças ou o assentamento dos nomes dos pais na certidão de nascimento da criança, mas também nessa área o Judiciário tem acatado pedidos. O que está sendo propugnado pelo movimento LGBT é de que se crie uma segurança jurídica, ou seja, quer que esses direitos sejam garantidos em leis votadas pelo Congresso Nacional.
Meio Norte – Em quais termos deve ser feita uma reforma tributária e quais as mudanças que devem ser feitas para reduzir os impostos cobrados aos brasileiros?
Elmano Férrer – Minha ideia sobre reforma tributária, conforme disse no início da entrevista, é o de que ela deve fixar-se na redução dos impostos sobre a produção, para ampliar a competitividade das empresas brasileiras. É preciso, portanto, reduzir o número de impostos e a incidência deles sobre a produção, porque isso favorecerá a economia, torna o país mais competitivo e com certeza nos dá condições de gerar mais empregos.
Meio Norte – O senhor acha que o senador deve cumprir os oito anos de mandatos sem participar de outras eleições?
Férrer – O Brasil tem eleições a cada dois anos e um político pode legitimamente submeter seu nome aos eleitores para um outro cargo. Acontece isso o tempo todo, porque se você faz parte de um partido, muitas vezes não depende de sua vontade concorrer ou deixar de concorrer. Então, concorrer ou não em uma eleição depende de circunstâncias alheias ao político, mas minha meta é a de cumprir integralmente meu mandato de senador, sem interrupções para uma candidatura no meio do mandato.
Por Efrém Ribeiro