O prefeito Elmano Ferrer (PTB), de Teresina, e o governador Wilson Martins (PSB), começam a enfrentar dificuldades extremas em suas administrações, tudo isso em meio a um momento muito delicado, que é a campanha eleitoral.
De um lado, na prefeitura da capital, a situação econômico-financeira é bastante grave. Na área de saúde, os valores destinados ao pagamento de pessoal devem fechar o ano com um déficit de pelo menos R$ 60 milhões.
Hoje pela manhã, Elmano Ferrer declarou que para não atrasar salários terá que demitir prestadores de serviços. Ele não especifica quantos serão demitidos, mas um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público do Trabalho determina que sejam afastados 1 mil prestadores até janeiro do ano que vem.
Os médicos-anestesiologistas entregaram os seus empregos no Hospital de Urgência de Teresina na tarde desta quarta-feira (10). Em número de 22, alegam defasagem salarial e precárias condições de trabalho.
O prefeito disse que a prefeitura não tem condições de negociar. O orçamento do município para 2010 estaria completamente suplementado. A suplementação máxima permitida em lei é de 30%. Diversos outros setores também apresentariam estagnação.
No governo do estado, a dificuldade é tão grande que o executivo não tem dinheiro nem mesmo para pagar uma contrapartida no valor de R$ 60 mil e com isso conseguir trazer cerca de R$ 1 milhão para investimentos no setor educacional. Um empresário relatou ao portal 180graus que os recursos para reforma de unidade escolar do ensino médio estão disponíveis e não podem ser liberados porque o governo está sem recursos para o pagamento da sua parte.
Na manhã desta quarta-feira (11), o governador admitiu que há crise nas finanças do estado, mas ele foi contraditório ao afirmar também que há estabilidade. Uma coisa é completamente diferente da outra. O discurso do governador é confuso e apenas gera mais insegurança entre as pessoas, principalmente entre os servidores, diante das informações de que pode acontecer atraso de salários.
Na noite de terça, o governador pulou de alegria, segundo alguns colunistas locais, ao receber a notícia de que o Ibama finalmente havia concedido a licença de instalação das obras na rodovia BR-135. Poucos minutos depois ele caiu do cavalo ao tomar conhecimento de que o presidente Lula tinha vetado a liberação de recursos para mencionada rodovia, localizada na região sul do estado.
O governo está completamente “engessado” por falta de recursos. Foram anunciadas grandes obras que terminaram não acontecendo. A maior herança do bancário Wellington Dias para o atual governador foi a crise financeira que todos tentam manter, pelo menos até as eleições, longe das vistas da população. Nos bastidores, afirma-se que logo depois do pleito voarão cacos de irritação entre os dois.
Em público, Wilsão, como é mais conhecido, elogia Dias. Nos bastidores, ele já reclama da deslealdade do antecessor. A indignação não é apenas do governador. Também os petistas estão enfurecidos com seu mais conhecido representante no estado – outrora muito querido.
O que se comenta, de acordo com informações do jornalista Zózimo Tavares, no Diário do Povo, é que os petistas estão enfurecidos com o ex-governador porque, na campanha política, ele pensa apenas em sua própria candidatura ao Senado, na de sua mulher, dona Rejane, para a Assembleia, e na de Assis Carvalho para a Câmara Federal. O resto que se dane. Pelo visto, até 3 de outubro muitos descontentamentos virão a público. Nada será como antes no quartel de Abrantes.
Fonte: 180 Graus