Os promotores: Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral, vão deixar as investigações do Caso Fernanda Lages. Após quase dois anos da morte da estudante, os representantes do Ministério Público teriam alegado que a impossibilidade de afastar das suas funções para trabalhar nas investigações dificulta a realização dos procedimentos. A informação foi dada pelo jornalista Feitosa Costa, na TV Antena 10 que acrescentou ainda que um processo administrativo foi aberto contra os promotores por não terem estudado o inquérito de 6 mil páginas num prazo de 15 dias.
Fernanda Lages foi achada morta na obra do prédio do Ministério Público Federal, na avenida João XXIII em Teresina, no dia 25 de agosto de 2011 pelos operários do lugar. Após a investigação da Polícia Civil, que apresentou um relatório inconclusivo, a Polícia Federal entrou no caso e em seu relatório levantou que a morte da jovem foi suicídio e com possibilidade de acidente.
Ministério Público e a família de Fernanda, desde o início, reafirmaram que a jovem foi assassinada e buscam um suspeito que nunca foi apontado pela polícia. Para eles, a investigação da polícia foi falha e deixou de levantar alguns pontos, como identificar com quem a jovem estaria dentro da obra do MPF.
Em entrevista ao apresentador Luis Fortes, no programa Balanço Geral, o pai de Fernanda, Paulo Lages, comentou sobre a saída dos promotores do caso. Ele lamentou a decisão, e reforçou que a família acredita sim que a jovem foi assassinada e pedem que o caso não seja esquecido pela sociedade.
“Nós e o Ministério Público sempre acreditamos que foi homicídio. Tínhamos um fio de esperança com os promotores, mas a família e o povo do Piauí tem suas hipóteses e sabem que tipo de pessoa faria isso. Lembro do dia e expulsei do delegado da minha casa, quando ele falou que não sabia o que tinha acontecido do portão da obra pra dentro, e é isso que nós queremos saber. Inclusive quem é essa terceira pessoa que estava com ela antes de morrer”, desabafou o pai.
Paulo Lages falou ainda sobre possíveis interferências na investigação.
“A gente sabe que num estado como o Piauí pode acontecer esse tipo de coisa. Alguma interferência na investigação, ou sabe-se mais o quê. E os promotores estão saindo porque não estão permitindo que eles se afastem das suas funções para trabalhar neste caso”, conta o pai da jovem.
PROMOTORES AFIRMAVAM TER SUSPEITOS
Desde o início das investigações, os promotores, em especial Eliardo Cabral, afirmaram que tinham uma linha definida de apuração e mencionavam um suspeito. Em alguns casos, chegou-se a falar em pelo menos três supostos assassinos. Numa das várias entrevistas concedidas por Eliardo foi categórico:
“Para que as pessoas saibam, um dos culpados, no dia seguinte à morte, viajou para Fortaleza, depois para o exterior e agora está na Bahia, com o rosto todo transformado, cheio de botox e calça 42”, disse.
Eliardo sempre frisava sobre o homem que acompanhava Fernanda e Nayra Veloso naquela madrugada. Se questionava sobre a necessidade de localizar esta pessoa e que ele seria o principal suspeito do suposto assassinado da estudante. Porém, mesmo com ditas “fortes evidências”, os promotores nunca citaram o nome ou apontaram ninguém para a Polícia Civil e nem mesmo Federal.
Por: Apoliana Oliveira