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Descendentes de escravos conquistam terras

Eles vieram da África viveram como escravos foram espancados e torturados pelos seus senhores e hoje depois de um século e meio seus descendentes comemoram a conquista da terra onde derramaram suor e lágrimas.

O Olho D’água dos Pires que foi batizado recentemente como Olho D’água dos Negros, uma fazenda centenária localizada a 18 km da sede do município de Esperantina foi o berço e o martírio de centenas de negros que tiraram do babaçual a renda dos seus senhores e garantiram a própria sobrevivência.

O sitio histórico Olho D’água dos negros é um dos remanescentes características da arquitetura rural do século XIX. Tombada pelo departamento de patrimônio natural e cultural do estado a casa grande e chamada destaca-se como acervo vivo da historia dos senhores escravos que lá trabalhavam e sofriam torturas segundo relatos dos mais antigos.

Hoje os remanescentes dos escravos possuem a terra depois de vários conflitos com os ex-proprietários comprada em 2001 por R$ 20.000 (vinte mil) das mãos do ex-proprietário Francisco Linhares, o dinheiro da aquisição da compra do terreno foi da junção dos próprios moradores, prefeitura, CEPES, os 127 (cento e vinte sete) hectares da gleba foram repartidos proporcionalmente entre as famílias conforme a quantidade de membros de cada uma.

Atualmente com uma escola de ensino fundamental posto de saúde luz elétrica na maioria das cassas e água encanada sem nenhum tratamento higiênico. Recentemente a comunidade adquiriu um consultório odontológico, todo equipado através do governo federal, mas que infelizmente até hoje não funcionou porque a prefeitura não envia um profissional para a comunidade. Segundo informou Cláudio Henrique Silva e o senhor Luiz do Santos, lideres da comunidade, informaram que a localidade possui terra fértil que produz buriti, banana, acerola, laranja, goiaba, entre outras frutas e leguminosos. Há inclusive um projeto para a criação de peixe no lugar.
Aliás, além da comercialização de coco babaçu fonte de renda originaria dos trabalhadores do Olho D’água dos negros, as frutas são matérias–primas para saborosos doces caseiros, cuja técnica de feitura, foi lhes ensinado, pelo SEBRAE o produto é vendido em Esperantina e outros municípios.

Para a professora Irena Oliveira, que a mais de 3 (três) anos responde pela secretaria das minorias informou que a sua secretaria foi criada para atuar junto as comunidades quilombolas remanescentes dos escravos principalmente as comunidade Olho D’água dos Negros e a localidade Curralinhos, mas que infelizmente a sua secretaria não dispõe de nenhum tipo de recursos. No entanto, afirma que está de mão atadas e até hoje não conseguiu ajudar como deveria as pessoas residentes nas referidas comunidades.

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