CPI da Exploração Sexual tem chance de investigar negócios de Beth Cuscuz
A deputada federal Iracema Portela (PP), titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual na Câmara dos Deputados, tem agora a oportunidade de atrair mais ainda a atenção da Comissão para exploração sexual de jovens garotas existente nos estabelecimentos que comercializam a ‘atividade’ em Teresina.
Na operação da Polícia Civil na capital, denominada Aspásia, foi encontrada uma menor de idade, de 14 anos. E é preciso saber com qual frequência meninas menores de idade são atraídas para esses locais sob a promessa de ganhar ‘vultosas’ quantias em dinheiro advinda da exploração do próprio corpo.
O ambiente comandado pela conhecida Beth Cuscuz sempre foi alvo de suspeitas e denúncias, mas há e houve nos bastidores uma proteção sobre suas atividades. Filhos de políticos e jovens da classe média alta, com dinheiro e mentalidade no bolso são recorrentes clientes da cortesã, incluindo aí autoridades.
Alguns grupos de jovens chegam a ‘encomendar’ mulheres, de preferência “novas”, ‘importadas’ de outros Estados – por intermédio da senhora Beth, para levá-las a sítios localizados nos arredores da capital, onde realizam festas regadas a álcool, e não raramente drogas, entre elas a cocaína.
Membros da CPI vão estar em Teresina
A CPI já aprovou a ida de membros ao Piauí antes da operação, motivada por denúncias existentes no Estado. O importante requerimento é de autoria da deputada Iracema Portella (PP), que vem tendo uma atuação impecável na Comissão, com inúmeros requerimentos, demonstrando a mais variada preocupação com a causa.
As audiências públicas realizadas em vários estados do país, geralmente ocorrem nas Assembléias Legislativas. A CPI também realiza diligências e tem o poder de investigar profundamente os estabelecimentos flagrados na operação policial deflagrada na capital do Estado, além de ter autonomia para convocar suspeitos para depor na sala da Comissão na Câmara dos Deputados e culminar com a entrega dos relatório final às autoridades competentes, entre elas o Ministério Público, para as devidas providências.
Como mulher, mãe, e esposa e agora debruçando-se sobre o assunto como integrante de uma CPI que trata sobre a Exploração Sexual, Iracema sabe o qunto tal atividade incide de forma devastadora na formação e personalidade de uma jovem. E os rastros de prostituição evidentes na operação da Polícia Civil é apenas uma ponta do iceberg. Por isso, falta de motivo para investigações por parte da CPI não há. Pelo contrário.
Meninas são levadas a esses estabelecimentos vindas de vários estados do Brasil, incluindo-se neste rol Fortaleza, capital conhecida nacionalmente como um antro de exploração de jovens e adolescentes. No início do mês de julho, membros da CPI estiveram no Estado cearense, ocasião em que participaram de uma audiência com o governador Cid Gomes.
A movimentação da Comissão e os amplos tentáculos do ramo de prosituição podem culminar com um belo e exemplar trabalho por parte dos parlamentares, entre eles Iracema Portella, que tem legitimidade para tanto, à espera somente de um simples requerimento a ser apresentado à Comissão para ser tê-la exercido.
Participação do Cidadão
Qualquer cidadão pode entrar em contato com a CPI e denunciar a ligação de menores com o esquema de prostituição de Teresina, solicitando, inclusive, o aprofundamento das investigações por parte dos seus membros.
Uma das formas de comunicação com a Comissão, além dos próprios telefones [0800 619 619 / (61) 3216-0000] da Câmara, onde se pode pedir o direcionamento à CPI, é através de uma página de contato via internet, que pode ser acessada Clicando Aqui.
A presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito é a deputada Erika Kokay (PT-DF), conhecida por suas posições firmes. Em recente entrevista, ela informou que havia solicitado ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI), ao Ministério Público e ao Governo Estadual informações sobre a rede de enfretamento à violência sexual, de todo o processo, desde a denúncia até a punição dos acusados. O objetivo é mapear a ação do Poder Público em seus diversos pontos de atuação. Há suspeitas de um ciclo imperfeito das ações necessárias dos órgãos públicos.
Ação
Em 2009, foi criada na Câmara dos Deputados a Procuradoria Especial da Mulher na estrutura interna da Casa, responsável por promover maior participação das deputadas nas decisões do Legislativo, além de receber, examinar e encaminhar denúncias de discriminações ou violência contra a mulher, fiscalizar e acompanhar programas do governo federal e outras políticas de afirmação.
Diante de tal inovação, ainda que tardia, porém existente, é imprescindível que a ala feminina do Congresso Nacional, bem representada no nome da deputada Iracema Portela, e interessada na discussão dos levantes e interesses dos direitos femininos, não deixe de ir a fundo no que agora se apresenta. Oportunidade melhor pode nao mais existir. Com certeza terá o apoio de toda a sociedade, excetuando-se aqueles que exploram essas garotas, claro, ou quem delas se aproveitam, ao roubarem suas juventude e dignidade.
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